Em seu relatório final da CPMI dos atos de 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por associação criminosa; violência política; abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Segundo a parlamentar, o ex-presidente, apesar de estar fora do Brasil na época, foi o “verdadeiro autor” dos atos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por militantes.
Segundo Eliziane, Bolsonaro foi “o verdadeiro autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques perpetrados contra as instituições” e “responsável direto, o mentor moral, por grande parte – senão todos – dos ataques perpetrados a todas as figuras republicanas que impusessem qualquer tipo de empecilho à sua empreitada golpista”.
Além de Bolsonaro, 60 pessoas tiveram o indiciamento pedido pela relatora, incluindo militares da reserva como os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
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A CPMI do 8 de janeiro se reúne na manhã desta terça-feira (17/10) para a leitura do relatório final do colegiado. Fotos: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
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A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), lê o documento e outros parlamentares também devem apresentar relatórios alternativos. Fotos: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
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A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) Fotos: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
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Dentre os nomes, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e o ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid Fotos: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Instrumentalização de Bolsonaro Ainda segundo o relatório, Bolsonaro “instrumentalizou não somente órgãos, instituições e agentes públicos, mas também explorou a vulnerabilidade e a esperança de milhares de pessoas” com o objetivo de “cupinizar as instituições republicanas brasileiras até a sua total podridão, de modo a ascender ao poder, pretensamente perene, de modo autoritário”.
O parecer de Eliziane deverá ser votado na quarta-feira (18/10) pelo colegiado e tem perspectiva de aprovação, pois a maioria dos integrantes da CPMI é da base do governo Lula. A oposição, porém, pretende apresentar dois relatórios paralelos, que também serão votados na quarta.
Veja a sessão em que Eliziane lê seu relatório: