O governo federal analisa convite feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), nesta quinta-feira (30/11), para se tornar um dos “aliados” do grupo, a partir de janeiro de 2024. O tema será debatido pelos ministérios de Minas e Energia, da Fazenda, do Meio Ambiente e das Relações Exteriores. A decisão final, no entanto, será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Do Oriente Médio, onde acompanha o presidente Lula em viagem oficial, o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, disse que faz sentido para o Brasil integrar a Opep+, mas não a Opep.
A Opep surgiu em 1960 e reúne, atualmente, 13 países. Não fazem parte da entidade, contudo, grandes produtores, como Estados Unidos, Canadá, Brasil, China e Catar.
A sigla “Opep+” foi criada a partir da inclusão no grupo de “países aliados”. Eles não fazem parte formal da organização, mas participam de debates e atuam em políticas ligadas ao comércio de petróleo. Entre os aliados da Opep+ estão Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia, por exemplo.
“Do grupo do Opep não faz sentido participarmos. Mas o do Opep+, aceitamos analisar o convite, porque o objetivo dele é discutir a posição dos países produtores de petróleo nesta fase de transição energética no mundo”, explicou o ministro Silveira.
Técnicos do governo e diplomatas, no entanto, são contra o ingresso do Brasil no grupo. A avaliação é que o país ainda tem uma produção de petróleo em franca ascensão; por isso, não pode fazer parte de uma entidade, mesmo como observador, cujo objetivo é definir preços via cortes de produção.