Em evento no Museu da Língua Portuguesa nesta terça-feira, 14, foi lançada a Lista Vermelha [Red List] Brasil com o objetivo de proteger seu patrimônio histórico e cultural do país. A publicação foi elaborada pelo Conselho Internacional de Museus e lista os principais objetos culturais com risco de serem retirados do Brasil de maneira ilegal e vendidos no comércio internacional, a presidente do Conselho no Brasil, Renata Motta, disse que o dispositivo é uma ferramenta prática e estratégica para facilitar a identificação dos objetos em risco. “São reconhecidas e utilizadas utilizadas internacionalmente como uma ferramenta de conscientização, em referência educacional, para o combate ao tráfico ilícito de bens culturais. A Lista Vermelha Brasil é um reconhecimento dos riscos da nossa região, mas também de reconhecimento e visibilidade da diversidade e riqueza do patrimônio brasileiro”, declarou. A lista é composta por cinco categorias: objetos documentais; arte sacra; paleontológicos; artigos biológicos; e etnográficos. No total são 39 objetos incluídos na lista de proteção. A edição do século XIX do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, do escritor Machado de Assis, urnas funerárias pertencentes a comunidades indígenas pré-coloniais, armas e ferramentas em pedras dos séculos XIV e XVI, além de esculturas religiosas de tradição católica dos séculos passados são alguns dos itens listados.
Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o objetivo da lista é contribuir para a proteção de um patrimônio que é de todos os brasileiros: “A Red List é uma conquista importante do Brasil que atuará de forma complementar às ferramentas do Ibram e do Iphan na proteção do nosso patrimônio cultural. O tráfico ilícito de bens culturais é um prejuízo imenso para o Brasil porque mexe com o testemunho do processo civilizatório do nosso povo. Cuidar da memória e fortalecer a nossa história é registro do mapa da nossa evolução cultural”. A Lista Vermelha Brasil será enviada para autoridades policiais e alfandegárias de todo o mundo. Casas de arte, colecionadores e museus serão alertados para não adquirirem itens semelhantes aos listados. Desde o ano 2000, o Conselho Internacional de Museus já criou 20 listas vermelhas em 58 países.
*Com informações do repórter João Vitor Rocha