A Caixa Cultural de Salvador lançou o recurso da audiodescrição em duas das exposições que estão em cartaz: Metade Paisagem, Metade Poesia e Emilianas: Um Conto de Réis.
A audiodescrição é um recurso que traduz imagens em palavras, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens estáticas, como fiilmes, fotografias, peças de teatro, entre outros.
O recurso é direcionado ao público com deficiência visual, mas pode beneficiar outros públicos com outras deficiências e idosos. Ele é normalmente utilizado em produtos e serviços culturais, educacionais e de entretenimento, através da disponibilidade das descrições de diversas maneiras, permitindo um acesso mais amplo e atendendo a uma carência que esses produtos e serviços tinham para contemplar a todos.
A ferramenta está disponível na exposição Metade Paisagem, Metade Poesia, que faz uma homenagem a Salvador, através de obras de arte e poesias que retratam paisagens urbanas, praias, religiosidade e a relação dos soteropolitanos com a cidade.
O recurso da audiodescrição também está presente na exposição Emilianas: Um Conto de Réis, que foi construída a partir de pesquisa sobre a presença feminina no conjunto de documentos artísticos e bancários do Acervo CAIXA. As obras que integram a exposição testemunham o início e a evolução da atividade bancária da CAIXA, traçando um paralelo com a existência de mulheres que confiaram na instituição e ali depositaram seus recursos.
Para utilizar a ferramenta, basta posicionar a câmera do aparelho celular no QR Code que fica ao lado das obras, para ouvir a descrição.
Segundo Patrícia Braile (autora do Projeto #PraCegoVer e do Manual do Ledor na Perspectiva da Audiodescrição, consultora da UNESCO no Projeto Livro Acessível/Mecdaisy, coordenadora da Educação Inclusiva no Estado da Bahia), “a audiodescrição é a forma com que a pessoa com deficiência visual tem de apreciar uma imagem, por isso é importante investir nessa ferramenta e ampliar as possibilidades de acesso a todos os públicos”.
A visitante Ane Oliviera, de 30 anos, massoterapeuta, que possui deficiência visual, comentou sobre a sua percepção utilizando a ferramenta. “Para mim, que tenho baixa visão, foi uma experiencia única e incrível poder ter acesso às exposições com o auxílio de mediadores e podendo ter acesso ao recurso da audiodescrição”.