A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, vive um surto de febre maculosa e notificou um novo caso suspeito da doença nesta quarta-feira, 14. Segundo informações da Secretaria de Saúde e divulgadas pela prefeitura do município, a nova notificação é de uma mulher de 38 anos que esteve na Fazenda Santa Margarida, local que recebe grandes eventos. Até o momento, a cidade contabiliza três mortes confirmadas pela doença e uma morte que é suspeita e está sendo investigada pelas autoridades. Com isso, o total de notificações da cidade é de cinco, sendo quatro óbitos até o momento. A nova paciente suspeita participou de um show do cantor Seu Jorge na fazenda no dia 3 de junho, uma semana depois da Feijoada do Rosa, que contou com a participação dos quatro casos anteriores. A apresentação reuniu mais de 10 mil pessoas, enquanto a feijoada contou com 3,5 mil participantes. Antes dos casos registrados nos eventos da fazenda, a cidade já havia contabilizado dois casos neste ano.
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre maculosa acontece somente através do contato com um carrapato infectado pela bactéria do gênero Rickettsia, não existindo transmissão entre seres humanos. As autoridades alertam que, assim que os primeiros sintomas surgirem os pacientes devem procurar as unidades de saúde para avaliação e tratamento que pode evitar formas mais graves e óbitos. Ainda de acordo com o Ministério, todos os Estados estão abastecidos com medicamentos prioritários para tratar da doença. Além disso, existem estoques estratégicos que podem ser enviados para Estados que precisarem. Por fim, a pasta está trabalhando na divulgação de diretrizes técnicas, recomendações sobre vigilância ambiental e distribuição de materiais educativos para prevenção da doença.
Ainda de acordo com o MS, São Paulo registrou 12 casos de febre maculosa em 2023, sendo que quatro pacientes foram curados. Outros seis foram à óbito, com dois que continuam investigados. No Brasil, foram contabilizados 53 casos da doença este ano, dos quais oito resultaram em morte. As maiores concentrações são nas regiões Sul e Sudeste. O Ministério está prestando apoio técnico aos municípios e Estados e auxiliando na divulgação de medidas protetivas. Em áreas consideradas de risco, a pasta recomenda o uso de roupas que cubram o corpo, priorizando calças, blusas e camisetas com mangas compridas e sapatos fechados em cores claras, para facilitar o encontro dos carrapatos.