Os candidatos e pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo se manifestaram nesta segunda-feira (29) sobre o anúncio da vitória do presidente Nicolás Maduro nas recentes eleições da Venezuela — a maioria deles em tom crítico. O atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), classificou o resultado das como tendo “fortes indícios de fraude”. Nunes afirmou que “um democrata não pode reconhecer o resultado” e manifestou sua solidariedade aos venezuelanos que buscaram refúgio no Brasil devido à ditadura de Maduro. O prefeito também pediu que o Brasil não se torne cúmplice de regimes autoritários. Tabata Amaral (PSB) também criticou o processo eleitoral na Venezuela, apontando para o que considera serem sinais claros de fraude. Em suas redes sociais, a deputada federal mencionou a intimidação de opositores, dificuldades no processo de votação e a falta de transparência na divulgação dos resultados como evidências de irregularidades.
O candidato do PSDB, José Luiz Datena, considerou o resultado “inaceitável” e descreveu Maduro como uma ameaça à democracia na América do Sul. O tucano fez um apelo para que o governo brasileiro tome uma postura firme. Marina Helena, candidata do Novo, criticou Maduro por usar as Forças Armadas para intimidar a população, enquanto Kim Kataguiri, pré-candidato do União Brasil, acusou o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela de “roubar” as eleições, citando discrepâncias entre as parciais e o resultado final anunciado. Pablo Marçal, pré-candidato do PRTB, publicou vídeos em suas redes sociais com denúncias sobre a eleição, mas não fez uma declaração pública.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) adotou uma abordagem mais cautelosa, declarando que acompanha a situação com “preocupação”. Boulos disse, em nota, que aguardará a posição oficial da diplomacia brasileira, que está monitorando a situação e solicitou a divulgação completa dos dados eleitorais pela Venezuela. Com 80% das urnas apuradas, Nicolás Maduro foi declarado vencedor com 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, obteve 44,2%. A declaração oficial do resultado ocorreu por volta da 1h desta segunda-feira (29), no horário de Brasília. Desde então não houve atualização adicional por parte do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
O assessor especial Celso Amorim, designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para observar as eleições na Venezuela, declarou que o governo brasileiro aguarda informações adicionais antes de se manifestar sobre os resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Ele ressaltou que a falta de clareza nos dados é uma preocupação e que o Brasil espera receber as atas que fundamentam os números divulgados. A oposição, no entanto, contesta os números apresentados, afirmando que não teve acesso completo às atas de votação e defendendo que González é o verdadeiro vencedor da disputa.
Além disso, representantes dos Estados Unidos e de diversas nações da América e da Europa solicitaram a divulgação integral das atas de votação, reforçando a demanda por maior transparência no processo eleitoral. A situação gerou um clima de tensão, com a oposição insistindo na necessidade de uma apuração mais clara e acessível. Amorim permanecerá na Venezuela até amanhã, onde continuará suas conversas sobre o processo eleitoral. Até o momento, não há previsão de um contato direto entre Lula e Maduro, o que pode indicar uma cautela por parte do governo brasileiro em relação à situação política no país vizinho.
Confira as manifestações
Minha solidariedade aos venezuelanos que já se refugiaram no Brasil em fuga da ditadura de Maduro. A eleição com fortes indícios de fraude na Venezuela merece o repúdio de todos. Um democrata não pode reconhecer o resultado. Não sejamos cúmplices de ditadores de estimação.
Onde…
— Ricardo Nunes (@ricardo_nunessp) July 29, 2024
O que está acontecendo na Venezuela tem nome: fraude eleitoral.
Intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins. Há todos os motivos para crer que o resultado não…
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) July 29, 2024
Não há nada para esperar de um ditador. Na Venezuela, Maduro colocou as Forças Armadas nas ruas para intimidar a população.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) diz que Maduro teve 51,2% dos votos. Sabemos que isso tem um nome: fraude. pic.twitter.com/2P3whKVHJP
— Marina Helena (@marinahelenabr) July 29, 2024
Maduro FRAUDA ELEIÇÕES na Venezuela!
https://t.co/53ohUJejbt pic.twitter.com/pQnwZe70sA— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) July 29, 2024
Publicada por Felipe Cerqueira
*Reportagem produzida com auxílio de IA