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Carlos Bolsonaro quer ir além dos seus chinelos como marqueteiro

O mais mimado filho zero de Bolsonaro, e dos quatro o mais temperamental talvez justamente por isso, declarou guerra ao responsável pelo marketing da campanha do seu pai. Quer ser ele, Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador no Rio, o marqueteiro.

O PL do ex-mensaleiro do PT Valdemar Costa Neto, partido alugado por Bolsonaro para se reeleger, tem seu marqueteiro, autor dos comerciais que começaram a ir ao ar na televisão e no rádio. No primeiro, Bolsonaro falou aos jovens.

Carlos não gostou do que viu. E desdenhou no Twitter:

“Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing…. Meu Deus!”

O Deus dele é o mesmo do marqueteiro do PL, por suposto. Mas o pai é só dele. E quando Carlos é contrariado por Bolsonaro, para de atender aos seus telefonemas. Bolsonaro entra em pânico, temendo que ele perca a razão, e acaba fazendo suas vontades.

Encarregado das redes sociais de Bolsonaro, Carlos quer mandar em toda a comunicação da campanha. Pode conseguir. Como conseguiu despejar do governo os ministros Bebianno, da Casa Civil, e o general Santos Cruz, da Secretaria do Governo.

Mas, não só. Carlos foi o primeiro filho de um presidente da República a desfilar com o pai em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no dia da posse. Carregava um revólver na cintura, temendo que o pai fosse alvo de um atentado.

Paranóico (teve a quem puxar), intrigou Bolsonaro com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, por suspeitar que ele conspirava para derrubar seu pai. Bolsonaro levou-o para reunir-se com magos da comunicação do presidente russo Vladimir Putin.

Não foram magos quaisquer. São especialistas em comunicação eletrônica que sabem como driblar as limitações impostas pela legislação eleitoral, experimentados em interferir remotamente em eleições de outros países. Carlos é um bom aprendiz.

Segundo filho de Bolsonaro, ele arca com o peso de ter sido candidato a vereador em 2.000 para derrotar a própria mãe, vereadora, que tentava se reeleger. Ela fora eleita pela primeira vez com o apoio do ex-marido que não apreciou sua independência.

Missão dada pelo pai, missão cumprida por Carlos que tinha 17 anos. Ele só pôde assumir o mandato porque semanas antes completou 18 anos. Apareceu na Câmara de Vereadores do Rio de mãos dadas com Bolsonaro. Agradeceu a ele no seu discurso.

Em março último, Carlos amargou a frustração de ver seu casamento com a gaúcha Geórgia Azambuja, filha de produtores rurais de Bagé, desfeito em cima da hora. A dois dias da cerimônia, ela alegou que não estava pronta para casar com um político.

Líderes dos mais diferentes partidos reconhecem o talento de Carlos como marqueteiro. Resta saber o que Bolsonaro fará para satisfazê-lo ou apascentá-lo.

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