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CBPM lança Cartas de Anomalias da FIOL

Ampliar o desenvolvimento socioeconômico de um estado é um dos principais benefícios da instalação de uma ferrovia. E, com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) não será diferente. Quando estiver em operação, a FIOL irá facilitar o escoamento da produção agrícola e também mineral da Bahia, aumentando a competitividade dos produtos baianos e facilitando a chegada deles até aos Portos e TUPs do estado. 

Esse foi um dos motivos que levou a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a desenvolver em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), as Cartas de Anomalias – FIOL. O lançamento aconteceu, durante mais uma edição do CBPM Convida, na última quinta-feira (17), no auditório da CBPM, no CAB. O evento, contou com a participação do presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm; do Diretor Técnico da CBPM, Rafael Avena; do assessor do Diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB-CPRM, Gilmar José Rizzotto; do superintendente do SGB-CPRM, em Salvador, Erison Lima; do chefe de departamento de geologia do SGB-CPRM, Valter Sobrinho; além do Gerente de Geologia Básica da CBPM, Ricardo Sperafico, e do Geofísico da CPRM, Rodrigo Santos, que realizaram a apresentação dos produtos.

“Esse é um importante lançamento que estamos fazendo em parceria com a CBPM, uma parceria que se mantém a um longo tempo e que esperamos que continue ao longo dos próximos anos”, enfatizou o assessor do diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Gilmar Rizzotto. 

Cartas de Anomalias 

As Cartas de Anomalias são produtos gerados a partir da integração de dados geológicos, geoquímicos, geofísicos e de recursos minerais. Os dados utilizados para a elaboração do banco de dados das Cartas de Anomalias vieram de levantamentos e de projetos já realizados pela CBPM e pelo SGB-CPRM. 

O produto gerado busca a identificação de áreas potenciais para a ocorrência de depósitos minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos da FIOL, no sentido Norte e Sul do estado. Nesta primeira etapa, foram liberadas 15 das 69 Cartas que deverão ser lançadas até 2024 e que visam incentivar e subsidiar geólogos e empresas de mineração com dados técnicos para o aprimoramento das suas pesquisas com o intuito de identificar reservas minerais. 

Dentre as cartas já disponíveis estão: Santa Maria da Vitória; Macaúbas; Riacho de Santana; Caetité; Maracás; Amargosa; Brumado; Jequié; Jaguaquara; Tanhaçu; Condeúba; Manoel Vitorino; Ipiaú; Itaju do Colônia e Camacã, onde foram, por exemplo,  identificadas algumas anomalias citadas durante a apresentação do projeto. “As anomalias, no tema do encarte do produto de potássio e urânio, junto com a anomalia magnética indicam um potencial para mineralizações associadas a alteração hidrotermal, como chumbo e zinco ou também associações de ouro e cobre pórfiro”, explica o Geofísico do SGB-CPRM, Ricardo dos Santos. 

Além das Cartas, será possível também ter acesso a toda a base de dados utilizada para a produção das folhas, podendo gerar novos recortes ou novas interpretações para os interessados.

“Este produto é importante para o avanço do conhecimento geológico e prospectivo básico do território e pode atrair novos projetos de exploração mineral ao indicar áreas com potencialidade mineral para diversos tipos de elementos e minerais, assim como contribuir para pesquisas no entorno de depósitos minerais já conhecidos”, explica o gerente da Gerência de Geologia Básica, Ricardo Sperafico.

A Bahia avança nas pesquisas 

Esse é mais um dos importantes trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela CBPM ao longo das últimas cinco décadas da sua existência, ampliando desta forma o conhecimento geológico da Bahia que já é um dos estados mais bem estudados geologicamente do Brasil. Além das cartas, a CBPM realizou, no primeiro semestre deste ano, um novo levantamento aerogeofísico, no norte do estado, que deve gerar resultados promissores conforme citado, durante o evento, pelo diretor técnico da CBPM, Rafael Avena.

“Fizemos um pequeno voo, esse ano, na região norte e os resultados das sondagens estão trazendo excelentes resultados na província metalogenética do norte do estado, então provavelmente vamos ter ali uma grande mina de nível mundial pois os resultados são excelentes para níquel, cobre e cobalto”. destacou.

O investimento em pesquisa mineral da Bahia já é uma realidade no estado, que é o terceiro maior produtor de minérios do país e produz 47 tipos de substâncias minerais. Dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) mostram que no acumulado dos últimos cinco anos (2017 a 2021) a Bahia foi o estado que mais realizou investimentos em pesquisa mineral. No total, foram mais de R$ 1,5 bilhões de reais (contabilizando investimentos públicos e privados), o que vem se refletindo nos resultados crescentes obtidos pelo setor nos últimos anos.

“A Bahia está sempre na frente, uma por que tem a participação da CBPM que é importante para o estado e outra por que, a natureza privilegiou o estado da Bahia. E, a sociedade ganha com tudo isso, com esses produtos que estão sendo lançados”, ressalta Rizzotto. 

Logística é essencial 

Para desenvolver ainda mais a mineração baiana, o modal ferroviário é muito importante. Com isso, o início das operações da Fiol I, previsto para o ano de 2026, deve ampliar a produção mineral nas minas já existentes, como é o caso da BAMIN, empresa que detém a concessão do trecho 1 da ferrovia, e que anunciou um aumento de 8 milhões de toneladas no plano de produção de minério de ferro no estado, a partir de 2026. De 18 para 26 milhões de toneladas. 

Para o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, a malha ferroviária tem um grande impacto na produção mineral da Bahia.

“A FIOL será um importante corredor logístico para a Bahia e irá colocar o estado em outro patamar de desenvolvimento socioeconômico. Aliado a isso, com um modal ferroviário de qualidade, a produção de minérios da Bahia deverá ser ampliada e mais viável naquela região com a chegada do trem. Por esse motivo, toda a pesquisa geológica realizada naquela região e os demais trabalhos desenvolvidos pela CBPM são tão importantes”, destaca Tramm que enfatiza também a luta da CBPM para que o estado tenha uma melhor infraestrutura ferroviária. 

Esse foi um dos motivos que levou a CBPM a contratar um estudo da infraestrutura ferroviária da Bahia com a Fundação Dom Cabral. Mesmo ainda em andamento, o estudo já comprovou o potencial de cargas da Bahia, em médio e longo prazo e também realizou sugestões a exemplo da criação de novos ramais ferroviários e a modernização dos já existentes para bitola larga, que é predominante no resto do país, o que promoverá uma integração melhor entre os ramais ferroviários de outros estados acabando dessa forma com o isolamento logístico que a Bahia vive. “A falta de trens é uma realidade e há bastante tempo estamos defendendo a importância desse modal para o crescimento do nosso estado e para a maior competitividade dos nossos produtos, principalmente ao integrar a ferrovia aos portos”, explica Tramm.  

Este conteúdo tem apoio institucional da CBPM e WWI e oferecimento da Ero Brasil (Mineração Caraíba).

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