Sergio Hondjakoff, o eterno Cabeção de Malhação, novela dedicada ao público juvenil, decidiu falar abertamente sobre seu descontrole na época em que atuava na trama exibida pela Rede Globo. Em bate-papo no podcast Papagaio Falante, apresentado por Sergio Mallandro e Renato Rabelo, o ator, que deixou uma clínica de reabilitação no início de maio, após 10 meses internado, disse que o ambiente, as companhias e os bastidores da novela, incentivaram o uso dos entorpecentes que acabaram com a sua carreira.
Por volta dos 14 anos, quando ainda estava na escola, um amigo de Sérgio Hondjakoff o apresentou às drogas. “Foi por inclusão social, tinha aquele amigo que já tinha experimentado cannabis, se dava bem e pegava todas as gatas, acabei me inspirando nele e usando. No começo foi até bom, teve vantagens. Comecei a me enxergar de fora da caixa, de um ponto de vista mais distante. Comecei a questionar alguns sofrimentos ali, só que aí comecei a usar demais”, contou.
O artista, que recebeu recentemente um convite para integrar o elenco de A Praça É Nossa, do SBT, revelou que durante o primeiro ano de Malhação, conseguiu segurar o vício, mas acabou recaindo logo depois, por não querer se prender ao personagem, que conquistou o público. “Eu ia para o colégio de manhã, não fumava, só fumava à noite. No segundo ano de Malhação, começou a entrar uma galera mais descolada. Eu já comecei a me abrir um pouco mais, aí começou”, lembrou.
“No último ano, estava meio desleixado, indo muito para a balada, meio sem saco de fazer aquele personagem que já era meio infantil, lúdico. Queria fazer personagens mais sérios, boladão, traficante com armas. Aí comecei a dar uma vacilada.”
O ator chegou a usar substâncias mais pesadas, se colocou em risco várias vezes, perdeu amigos e oportunidades de trabalho. “Cheguei até o crack, infelizmente. Nunca tive grandes perdas financeiras devido ao uso, mas perdi muitas oportunidades profissionais, amizades, relacionamentos e quase perdi minha própria vida. Não há quantidade segura para o uso desse tipo de substância, qualquer quantidade pode levar à morte mesmo”, desabafou.