Casos de racismo irão render punições pesadas a clubes no futebol brasileiro. A CBF instituiu penalidades por qualquer tipo de ofensa racial em competições nacionais. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (14), durante o Conselho Técnico na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
A penas serão gradativas, e subirão de gravidade à medida em que houver reincidência. No primeiro caso, haverá multa de cerca de R$ 500 mil (o valor exato ainda será divulgado). Se o mesmo clube voltar a ser envolvido, a pena é de perda de mando ou jogar no estádio fechado. Em um terceiro caso, aplica-se a perda de pontos.
O texto será publicado no Regulamento Geral de Competições (RGC) de 2023 ainda nesta terça-feira. A proposta já havia sido levantada em agosto de 2022, durante seminário na sede da CBF. A ideia partiu do proprio presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. Ele acredita que a punição esportiva seja importante para a conscientização de todos os envolvidos no futebol, inclusive torcedores.
A decisão da CBF de inserir no regulamento geral se dá para não haver chance de que os clubes derrubassem o assunto no conselho técnico de cada divisão do Brasileirão. Segundo o jornal O Globo, as agremiações viam com ressalvas as punições esportivas para atos praticados por torcedores, e a maioria defendia a punição individual ao autor dos atos racistas.
O atual Regulamento Geral de Competições da CBF não previa penalização para casos de racismo. O artigo 1 do regulamento de 2022 afirma que “as competições nacionais oficiais do futebol brasileiro exigem de todos os intervenientes colaborar de forma a prevenir comportamentos antidesportivos, bem como violência, dopagem, corrupção, manifestações político-religiosas, racismo, xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação”.
O RGC é a norma que rege todos os torneios organizados pela CBF. Assim, a nova regra vale para as Séries A, B, C e D, Copa do Brasil, competições de base, entre outros torneios. Os estaduais, como são de responsabilidade das federações locais, não serão afetados.