Divino, maravilhoso. Isso resume bem o encontro de Gil e Caetano no FV neste sábado. O show que teve Gil como anfitrião atingiu seu ápice no momento em que a dupla homenageou Gal Costa cantando Divino Maravilhoso, composição conjunta dos octogenários tropicalistas lindamente gravada por Gal, que morreu no final do ano passado aos 77 anos.
O refrão “É preciso estar atento e forte/ não temos tempo de temer a morte” mostrou a força que tem ao vivo e foi o momento mais emocionante da apresentação que durou pouco mais de uma hora. Caetano, que havia entrado pouco antes, vestia uma camisa social e tirou a peça para mostrar a camiseta que usava, com o nome daquela que foi a maior intérprete das canções dele.
“Vamos cantar uma canção muito forte para nós, em grandeza dela: Gal Costa”, disse Caetano ao anunciar a música que cantaria com o amigo Gil.
“Ela não deixará nunca. Nem agora, nem nas gerações que vierem”, disse Gil ao lembrar o apelido que usava para se referir a Gal, “Gaúcha”.
Caetano cantou sozinho canções de sua autoria, como Odara e Sem Samba Não Dá. Mas foi Tieta, com o seu refrão um dia execrado pela crítica, que mais agitou o publico: “Eta, eta, eta… é a luz de Tieta”. Com Gil, cantou São Salvador, de Dorival Caymmi.
Gil começou o show cantando Tempo Rei e em seguida apresentou a banda, em grande parte composta por familiares. Uma das netas, Flor, estava no coro, assim como Nara, uma das filhas dele. Tinha também João, o neto no baixo. E outros dois filhos, Ben e José, na guitarra e na bateria.
Na plateia, muitos Vips se misturavam ao espectador comum: por lá passaram, por exemplo, o casal Tony Belotto e Malu Mader, além de Vanessa da Mata.
Gil foi recebido aos gritos de “Gil, eu te amo!”. Ele, com sua generosidade e simpatia tradicionais, respondeu: “É recíproco. Também amo vocês todos”.