De meados do século passado para cá, o maior fenômeno político da história dos Estados Unidos tem nome e sobrenome: Donald John Trump, 78 anos, que na madrugada desta quarta-feira (6) se elegeu pela segunda vez presidente dos Estados Unidos.
Até aqui, o democrata Grover Cleveland (1837-1908) era o único presidente americano que, apesar de derrotado ao tentar se reeleger, conquistou um segundo mandato após quatro anos como ex-presidente. O republicano Trump é o segundo.
As pesquisas indicavam que a deste ano seria uma eleição renhida, a ser decidida por uma diferença de poucos votos. No limite, poderia terminar empatada – e então caberia à Câmara escolher o próximo presidente, e ao Senado, o vice. Não foi assim,
Trump ganhou com folga no Colégio Eleitoral e deverá ganhar no voto popular. Em 2016, ele venceu a democrata Hillary Clinton no Colégio Eleitoral com 56,5% dos delegados contra 42,2%, mas perdeu no voto popular por mais de 3 milhões de votos.
Em todos os estados que apuraram a maioria dos votos, Trump melhorou seu desempenho em relação a 2020 quando o democrata Joe Biden o derrotou. Os republicanos retomaram o controle do Senado e ampliaram sua representação na Câmara.
Com isso, Trump deverá governar com a força que não teve no seu primeiro mandato, aprovando no Congresso quase tudo o que desejar. Na Suprema Corte de Justiça, de um total de nove votos, ele conta com sete de juízes conservadores que sempre o apoiaram.
No seu discurso de vitória, Trump disse que cumprirá todas as promessas que fez; uma delas, a de perdoar os condenados pela invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Foi ele que estimulou a invasão e silenciou a respeito durante mais de uma hora.
A eleição de Trump marca a mais acentuada inclinação para a direita dos Estados Unidos desde a reeleição de George W. Bush há 20 anos. Trump não se limitou a derrotar Kamala Harris: derrotou dois partidos, o Democrata e o velho Republicano do qual se apoderou.
As consequências políticas e econômicas disso para o mundo serão profundas.