São Paulo — No primeiro encontro entre Guilherme Boulos (PSol) e Marta Suplicy após ambos selarem acordo para disputarem as eleições para a Prefeitura de São Paulo neste ano, Boulos convidou Marta para um evento com movimentos sociais da cidade para criar uma “reconexão” dela com esses grupos enquanto ambos esperam o PT oficializar o retorno da ex-prefeita à sigla.
Marta e Boulos almoçaram na casa dela, em um amplo apartamento, de 1,1 mil metros quadrados, no Jardim Paulista, um dos bairros mais caros da capital. Eles comeram bacalhau.
A ex-prefeita esperou Boulos acompanhada de seu marido, o empresário Márcio Toledo, do deputado federal Rui Falcão e sua esposa, Cristina, e de funcionários e assessores, na recepção do prédio, no andar térreo. Quando o deputado federal desceu do carro, ela bateu palmas e sorriu — ao que foi respondida com outro sorriso.
Já Boulos estava acompanhado de sua mulher, a advogada Natália Szermata, e um segurança.
A parceria entre Boulos e Marta foi costurada diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com participação de Falcão. Lula, que está em São Paulo e fez exames médicos neste sábado, foi citado na conversa.
Segundo auxiliares, Marta procurou ser simpática e uma boa anfitriã ao convidado. O intuito dessa conversa inicial era testar se a parceira “dá liga” e a impressão inicial que ambos passaram aos auxiliares foi que sim.
Marta havia preparado uma nota para distribuir à imprensa em que citaria a “frente ampla” montada para derrotar Jair Bolsonaro (PL) e faria paralelo com a eleição municipal — o motivo oficial para sua saída da gestão Ricardo Nunes (MDB) foi a confirmação, ocorrida nos últimos dias de dezembro, de que o ex-presidente iria apoiar o prefeito.
Já Boulos havia combinado que falaria com os jornalistas após o encontro. Em suas falas, buscou também nacionalizar a eleição e a necessidade, segundo ele, de derrotar o bolsonarismo.
Durante o almoço, Marta se disse animada para ajudar o deputado na organização da campanha e Boulos a convidou para uma reunião com movimentos sociais da cidade. Ele falou sobre o tema com jornalistas.
“Vou levá-la para um encontro com os movimentos sociais da cidade de São Paulo, para que tenha essa reconexão da Marta, de volta ao PT, e retome a sua relação com os movimentos sociais. Vou construir provavelmente já em fevereiro o calendário”, disse Boulos.
Entre as amenidades, eles conversaram sobre a viagem internacional que Boulos fará a partir desde domingo (14/1). O deputado federal se reunirá com Anne Hidalgo, prefeita de Paris, na França, que tem relações amistosas com o PT e que Marta conheceu em 2021, e depois irá a Pequim e Xangai, na China.
Boulos deve retornar ao Brasil no próximo dia 23. Até lá, o presidente do diretório municipal do PT, Laércio Ribeiro, deverá agendar o evento de refiliação de Marta ao partido. A expectativa é uma festa grandiosa, com o tapete vermelho estendido para Marta, e presença de Lula e da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann.