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Como manter a doença ocupacional fora do seu negócio? Veja orientações

Mais de 200 mil pessoas no Brasil foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, apontam dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os mais conhecidos estão a ansiedade, depressão, síndrome do pânico e síndrome de Burnout que, em 2022, recebeu classificação de doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que, segundo o órgão, é responsável pelo afastamento de 30% dos empregados.

Com o retorno ao modelo presencial e o aumento da incidência de funcionários migrando para o ambiente corporativo, surge a preocupação com as doenças ocupacionais dentro dos escritórios. O CORREIO ouviu especialistas que falam sobre prevenção e os cuidados para que o ambiente de trabalho não adoeça, acarretando afastamentos e, consequentemente, perda de produtividade, queda no faturamento da empresa, queda da atividade interna, sobrecarga de trabalho para outros da equipe, atraso nas entregas, aumento nos custos diretos, aumento de projeções de produção e custos. 

Alexandre Toscano, diretor médico da gestora de benefícios e soluções de saúde corporativa Dasa, destaca que diversos fatores podem levar ao adoecimento do trabalhador, desde organizacionais (como sobrecarga de tarefas, pressão para cumprir metas, horas extras etc), estruturais (como a mudança do modelo presencial para o on-line, vista durante a pandemia), ou relacionados ao tipo de trabalho exercido (mecânico ou intelectual). 

Alexandre Toscano reforça que a promoção de um ambiente de trabalho saudável exigirá que as empresas estejam atentas aos descompassos organizacionais (Foto: Divulgação)

“É importante que as empresas entendam como os colaboradores estão vivenciando o dia a dia para tentar mitigar – de maneira preventiva e preditiva –  situações que podem a vir a desencadear qualquer tipo de adoecimento”, pontua o médico.

Bem estar global

O mentor e consultor em gestão empresarial Osvaldo Matos diz que, independente do modelo de trabalho ser virtual ou presencial, alguns pontos fazem parte de um bom ambiente para se trabalhar e devem privilegiar três aspectos: o lado físico, o psicológico e o ambiental. 
“Então, busque identificar e qualificar as lideranças, estimular boas relações profissionais com respeito, criar um ambiente priorizando a comunicação assertiva, estimular a diversidade, oferecer benefícios que importem para seu time, criar uma cultura de feedback obedecendo padrões íntegros e técnicos e, constantemente, promover ações periódicas nesse sentido”, orienta. 

Matos sugere ainda que haja a criação de ambientes colaborativos, com senso de justiça e engajado, onde os níveis hierárquicos não sejam vistos como as coisas mais importantes. “São diversas as causas que adoecem o profissional no ambiente de trabalho. Podemos citar alguns, os mais importantes, tais como baixo sono, baixa remuneração, pressão excessiva, conflitos pessoais com colegas e líderes, insegurança, rotinas repetitivas, hora extra, conflito de papéis (ausência de job description clara) e sobrecarga de tarefas”, pontua.

O consultor lembra que quando se fala em saúde, é fundamental compreender que essa é uma condição que envolve o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades, como prega a Organização Mundial da Saúde. “Muitos transtornos psicológicos são confundidos com mero excesso de trabalho, como ansiedade, depressão e somatização, o que compromete diretamente a produtividade. Há ainda a Síndrome do Esgotamento, a Síndrome de Burnout, que é um distúrbio emocional manifestado por meio de exaustão extrema, esgotamento físico e estresse resultantes de situações desgastantes e excessivas no ambiente de trabalho”, destaca.

Ambientes saudáveis
Para Alexandre Toscano, a promoção de um ambiente de trabalho mais saudável exigirá que as empresas estejam atentas aos descompassos organizacionais. “Nem sempre é fácil fazer esse diagnóstico, mas por meio de uma gestão de saúde integrada, é possível prover soluções conectadas para as áreas de recursos humanos e, a partir da tecnologia, gerar insights para agir de forma preventiva e proativa na saúde dos colaboradores”, sugere, destacando que a mudança de mindset é fundamental: “as empresas precisam parar de tratar a doença, mas sim, promover saúde”.

Para o mentor, no ambiente de trabalho, é fundamental conscientizar e divulgar sobre os riscos nos âmbitos físico, psicológico e ambiental. “Evite improvisos, promova o diálogo, capacite seus colaboradores, previna doenças, incentive o bem-estar corporativo, valorize e cobre exames periódicos, promova ginásticas laborais, incentive a prática de atividades físicas fora do trabalho, promova e eduque hábitos saudáveis, mantenha o local de trabalho limpo e organizado”, ensina Osvaldo Matos, ressaltando que esses são alguns pontos para ter um bom começo na conscientização do bem-estar corporativo.

Osvaldo Matos reforça que ambientes tóxicos são maléficos para as organizações e seus colaboradores e que as organizações, independente do porte, podem atuar para promover bem estar a todos (Foto: Divulgação)

Ele lembra que o custo do cuidado será sempre menor que reparo para as empresas. “Ambientes tóxicos promovem a falta de saúde em ambos. Pequenas empresas têm uma ferramenta forte nas mãos: a internet. Em uma de minhas consultorias, criamos comitês de saúde. Cada pessoa de uma determinada área ficou responsável por incentivar a prática de relações saudáveis no ambiente de trabalho, sendo com ginástica, leitura, meditação ou qualquer outra atividade que o grupo entendesse ser a mais ajustada para todos”, exemplifica. 

Osvaldo Matos garante que o resultado foi que o índice de satisfação em trabalhar na empresa apontado nas avaliações de desempenho subiu cerca de 42% em relação à medida um ano antes. 

O médico Alexandre Toscano faz questão de lembrar que as doenças ocupacionais representam um risco à saúde do profissional e um enorme custo para as empresas, principalmente quando o profissional não sabe a quem recorrer ou qual serviço médico utilizar. “Quando isso acontece, há um desperdício em toda a cadeia de saúde suplementar. Porém, por meio de uma gestão de saúde corporativa inteligente e integrada, baseada em dados, é possível ofertar uma saúde preventiva, preditiva e humanizada, gerando um impacto positivo nos colaboradores e, consequentemente, nas empresas”, finaliza.  
 

Saúde em dia 

1.    Conheça em profundidade as características da empresa;

2.    Realize um planejamento consistente;

3.    As boas estratégias de comunicação podem ser criadas ações objetivando melhores práticas e adoção de atitudes mais saudáveis, como incentivo ao respeito aos horários de trabalho, rotinas de descompressão e pausas produtivas; 

4.    Enfatizar as vantagens de comportamentos saudáveis no curto prazo; 

5.    Ressalte as facilidades de aderir a comportamentos saudáveis; 

6.    Crie grupos com metas para melhorar a saúde, por exemplo, com desafios de número de passos diários; 

7.    Mapeie os colaboradores com doenças crônicas, estimulando o acompanhamento regular da saúde. Essas ações fazem o trabalhador sentir que está sendo cuidado.

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