A Câmara dos Deputados aprovou o texto final do projeto do novo ensino médio, que agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para esclarecer as mudanças propostas, o relator do ensino médio, deputado federal Mendonça Filho (União-PE), participou de uma entrevista no Jornal da Manhã desta quarta-feira (10). Ele destacou a ênfase na educação técnica, que visa melhorar a empregabilidade e a renda dos jovens, além de preservar a política de educação em tempo integral, criada em 2017. O novo projeto aumenta as horas de aula das disciplinas tradicionais de 1.800 para 2.400 para o ensino médio regular, e mantém 600 horas para flexibilidade curricular, permitindo que os estudantes escolham seus itinerários formativos. Mendonça Filho afirmou que, apesar das dificuldades enfrentadas desde a última reforma, os estados estão mais preparados para implementar as mudanças. “Nesse processo discutimos de forma aberta com academia, educadores, entidades do terceiro setor. O debate foi amplo, o consenso foi difícil de ser alcançado, mas encontramos um denominador comum, com objetivo maior que é a educação”, afirmou o relator.
O deputado também comentou sobre as alterações feitas pelo Senado, que foram revertidas na Câmara. Ele discordou da elevação compulsória da formação geral básica para 2.400 horas, argumentando que isso inviabilizaria a educação técnica devido à carga horária pode demandar de 900 a 1.200 horas. Além disso, criticou a obrigatoriedade do ensino de espanhol, defendendo a prioridade do inglês como língua estrangeira. Ele enfatizou que a reforma é um passo importante para modernizar o ensino médio no Brasil, tornando-o mais alinhado às necessidades do mercado de trabalho e às expectativas dos jovens.
Publicado por Luisa Cardoso