InícioNotíciasPolíticaConstrutora investigada por corrupção no governo do Acre fica no Guará

Construtora investigada por corrupção no governo do Acre fica no Guará

Com sede no Guará, região administrativa do Distrito Federal, a empresa Murano Construções é alvo de denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) que pode derrubar o governador do Acre, Gladson Cameli. De acordo com as investigações, a construtora do DF e outras empresas subcontratadas teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.

A fraude, apontada pela PGR, ocorreu em 2019, quando o governo estadual realizou contrato com a Murano. A empresa foi responsável pela execução de grandes obras rodoviárias. No entanto, as tarefas foram executadas por companhias subcontratadas, uma delas a Rio Negro Construções, que tem como sócio o irmão do governador.

Para a procuradoria, o modelo foi escolhido por permitir que o irmão do governador, que não poderia ser contratado legalmente, permanecesse oculto. A descoberta mostra, na avaliação dos investigadores, a utilização de expediente ilegal para encobrir que o real destinatário dos recursos era o governador, apontado como o líder da organização criminosa. A PGR, inclusive, pediu o afastamento do chefe do Executivo federal.

A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça-feira (28/11). Além do governador, também foram denunciados a mulher de Cameli, dois irmãos do chefe do Poder Executivo, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como “laranjas” no esquema. Os crimes seriam de organização criminosa, corrupção nas modalidades ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. Somadas, as penas podem ultrapassar 40 anos de reclusão.

Embora a denúncia trate apenas dos crimes praticados no âmbito do contrato firmado pelo governo estadual do Acre com a empresa Murano, há provas de que o esquema se manteve mesmo após o encerramento da contratação. Foram identificados oito contratos com ilegalidades, e a estimativa é que os prejuízos aos cofres públicos alcancem quase R$ 150 milhões.

Licitação e sobrepreço A Murano foi contratada graças a um mecanismo chamado “adesão à ata”, quando um órgão contrata empresa aproveitando licitação realizada por outra instituição pública. Nesse caso, a licitação foi feita pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IFG), campus Ceres, para a prestação de “serviços comuns de engenharia referentes à manutenção predial”.

A empresa venceu a ata de registro de preço, e a Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre aderiu à ata, contratando a empresa em questão para executar obras rodoviárias. Ela, no entanto, não executava o serviço, e subcontratou outras firmas, uma delas que tem como sócio um irmão do governador.

Segundo a denúncia, “aproximadamente dois terços do valor pago correspondem a objeto totalmente estranho ao contratado, em claro desvirtuamento do princípio da isonomia”.

Além disso, análises técnicas da Controladoria-Geral da União (CGU) incluídas na denúncia apontam suspeita de sobre preço de R$ 8,8 milhões e de superfaturamento de R$ 2,9 milhões.

O MPF pede que o governador responda por dispensa indevida de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O órgão ainda solicita o bloqueio de bens dos denunciados até o valor de R$ 12 milhões.

Em nota anterior, a Murano afirmou que “ainda não teve acesso ao teor da denúncia, razão pela qual não é possível apresentar manifestação nesse momento”.

Defesa do governador A defesa do governador criticou o pedido de afastamento feito pela PGR. Veja a íntegra da nota da defesa de Gladson Cameli:

Esse pedido de afastamento é arbitrário e absurdo. Não há nenhum fato novo que justifique esse pedido de afastamento. Ele decorre de um outro pedido que já tinha sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça. É além de tudo, ele foi feito na vagância do cargo de procurador-geral da República.

Essa investigação é toda ilegal. Ela decorre de uma devassa realizada pela Polícia Federal de Cruzeiro do Sul, sem que tivesse competência para investigar o governador Gladson Cameli. Para se ter uma ideia, quebraram o sigilo de uma criança de apenas sete anos de idade, o filho do governador.

É não há nenhuma ilegalidade atribuível ao governador Gladson Cameli. As obras foram todas executadas e entregues ao povo do Acre, que reelegeu Gladson Cameli no primeiro turno. Esse pedido de afastamento é uma afronta ao mandato conferido pelo povo do Acre.

O governador Gladson Cameli confia no Poder Judiciário, Superior Tribunal de Justiça e fará sua defesa e tem a convicção que esse pedido ao final será indeferido.

Pedro Ivo, advogado do governador Gladson Cameli.

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