Dos 133 nomes listados em pedidos de indiciamento pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, 130 não ocupam cargos públicos. O relatório final da comissão deixou de fora a alta cúpula da Polícia Militar do DF, políticos e integrantes das Forças Armadas.
A maioria gritante é formada por bolsonaristas que invadiram prédios públicos e foram presos no dia dos ataques, em 8 de janeiro. Entre a minoria, formada por apenas três pedidos de indiciamento, o nome mais alto é Fernando de Souza Oliveira, que ocupava interinamente o cargo de secretário da Segurança Pública e da Paz Social nas férias de Anderson Torres. Outra que foi indicada pelo relatório é a subordinada de Souza, a coronel Cíntia Queiroz de Castro, no cargo de subsecretária de Operações Integradas.
Outro nome é o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues ,do 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Casimiro teria dito que o efetivo na Esplanada dos Ministério era suficiente 1h40 antes da invasão às sedes dos Três Poderes.
Pelo organograma da PMDF, o comando está submetido ao Departamento Operacional (DOP), que era ocupado pelo coronel Jorge Eduardo Naime Barreto. Naime é citado 31 vezes no relatório final da CPI e segue preso pelos atos antidemocráticos. No entanto, pela visão do deputado Hermeto – relator da comissão – o coronel é uma vítima.
Pela hierarquia, Naime ainda estaria subordinado ao subcomando-geral e ao comando-geral da PM, na época ocupados pelos coronéis Klepter Rosa Gonçalves e por Fábio Augusto Vieira. Os dois também seguem presos por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Apesar da cadeia hierárquica da corporação, todos os nomes do alto escalão ficaram de fora. De acordo com o relator, os comandantes não agiram por omissão, mas por falta de conhecimento da situação real no dia do ataque.
Bolsonaristas invadem Congresso, Planalto e STF em manifestação antidemocrática em 8 de janeiro 2023 1
Bolsonaristas invandem Congresso Igo Estrela/Metrópoles
atentados de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, antidemocratico ataque poderes bolsonaristas 7
Atos antidemocráticos em 8 de janeiro Igo Estrela/Metrópoles
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Vidraça quebrada por golpitas Igo Estrela/Metrópoles
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Atentados de 8 de janeiro de 2023, em Brasília Igo Estrela/Metrópoles
atentados de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, antidemocratico ataque poderes bolsonaristas 5
Invasores de prédios públicos em 8 de janeiro Igo Estrela/Metrópoles
Ainda pela manhã, o relatório incluía o nome do general Gonçalves Dias. O militar do Exército é acusado pelo tempo que ocupou o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nos primeiros meses do governo Lula. Com quatro votos a três, os parlamentares decidiram tirar o nome dele do documento.
Para o deputado da oposição Fábio Felix (Psol), o relatório final da CPI não representa os trabalhos da Casa pelos últimos nove meses. O distrital apresentou um relatório paralelo, em que amplia os pedidos de indiciamentos.
Entre os nomes na lista de Felix estão o do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), o do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Mauro Cid e do general Augusto Heleno, ex-GSI de Bolsonaro.
A linha adotada por Felix é parecida com a que foi abordada pelo Congresso Nacional ao fim da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), da relatora senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Com menos nomes no geral, 61 pedidos de indiciamento, o texto do Congresso Nacional apresentou nomes mais influentes da cúpula militar e política.