Em novembro, o Cerrado teve 571,61 quilômetros quadrados (km²) desmatados, número que é mais de três vezes maior que o registrado no mesmo mês do ano passado. Os dados são do sistema Deter, levantamento de alertas de alteração da cobertura florestal desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O dado registrado em novembro é um recorde de desmatamento na vegetação observando a série histórica, que teve início em 2018. Naquele ano, foram desmatados 339,79 km² do bioma em novembro. Até então, o pior mês de novembro havia sido registrado em 2019, com 347,95 km².
Neste ano, já foram 7.402,81 km² do bioma devastados. Mesmo sem ser um ano fechado, faltando ainda dezembro, o dado já é o maior da série histórica, e é 12,6% maior que 2018, que era o pior ano.
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Vegetação nativa do Cerrado em território Kalunga Jéssica Eufrásio/Metrópoles
Savana do Cerrado
O avanço do desmatamento no Cerrado acontece principalmente na região do Matopiba Getty Images/ Abstract Aerial Art
Cachoeira cerrado
O Cerrado é conhecido como “berço das águas” Getty Images/ Carlos Maranhao
Foto do cerrado
A vegetação do Cerrado é caracterizada por troncos retorcidos, cascas grossas e raízes longas Getty Images
Desmatamento no cerrado no município de Alto Paraíso
Desmatamento para plantio em Alto Paraíso (GO) Marcelo Camargo/Agência Brasil
Tocantins é destaque negativo no Cerrado O estado com a maior supressão na vegetação em novembro foi o Tocantins, com 115,76 km². Em segundo lugar está o Maranhão, com 113,83 km².
A Amazônia Legal, por sua vez, que engloba nove estados brasileiros, teve uma redução significativa de desmatamento no último mês de novembro, em comparação com o ano passado, com uma diminuição de 63,7%. Foram 201,1 km² desmatados, enquanto no mesmo mês de 2022 o número foi 554,6 km².
Na semana passada, o Inpe divulgou dados de outro sistema, o Prodes, que pega o apanhado anual de desmatamento, e mostrou que de agosto de 2022 a julho de 2023 o desmate do Cerrado subiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.