Já era fim de tarde deste domingo (16) quando dezenas de fiéis católicos se reuniram no Condomínio Recanto Verde para a procissão em homenagem a Santa Edwiges, conhecida como a padroeira dos dos pobres e endividados. O branco, uma das cores do manto da santa, prevalecia nas roupas das pessoas que se organizavam em filas para a caminhada repleta de cantos e orações até a Capela Santa Edwiges.
O caminho foi percorrido por devotos e por frequentadores de igrejas próximas. À frente da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que reúne doze comunidades da região, o padre Carlos Augusto conduziu a procissão e enfatizou a importância da celebração da santa.
“É um dia de ação de graça, louvor e reverência a esta santa que nos dá um exemplo muito bonito de desprendimento, caridade e imitação do Cristo. A história dela é um exemplo de vida para todos nós”, disse.
O padre lembrou a trajetória de vida de Santa Edwiges que, aos 12 anos, casou-se com Henrique I. Quando ficou viúva, a santa, que já fazia obras de caridade, dedicou-se inteiramente ao ofício de ajudar os mais pobres e endividados, pagando suas dívidas ou ofertando empregos.
De acordo com o padre Carlos Augusto, recorrer à Santa Edwiges pode ser a saída de muitas pessoas com pendências financeiras. “Nessa realidade de pandemia, todos nós, ainda como reflexo dessa situação, estamos endividados. Muitos recorrem a ela, pedindo seu auxílio e intercessão para a saúde financeira”.
A aposentada Vera Lucia Pereira, 66, é uma das agraciadas pela fé em Santa Edwiges. Devota há 35 anos, além de frequentar a capela, ela mora no condomínio que leva o nome da santa e faz questão de evidenciar sua admiração. “Ela representa tudo na minha vida, porque, nos momentos mais difíceis com minhas dívidas, eu me apego com Deus e com ela, e sempre consigo resolver”.
Com uma dívida superior a R$ ‘5 mil reais, resultado de 10 anos em falta com o pagamento do seu apartamento, Vera relata que o imóvel chegou a ir à leilão, mas um erro no processo fez com que ela não o perdesse. Para ela, o mérito foi de Santa Edwiges, que também ajudou sua neta a conseguir um estágio.
“No dia da novena, eu peguei uma foto dela e coloquei no peito. Participei da novena toda e, na semana seguinte, ela conseguiu”, conta.
Ministra da Eucaristia na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a aposentada Rita Costa, 64, afirma que Santa Edwiges, na sua vida, representa a fé. “Eu fui muito agraciada. Os meus dois filhos conseguiram fazer faculdade, formar e estão empregados. Meu netinho também nasceu com saúde. Tudo isso pedindo a Jesus com intercessão de Santa Edwiges”, frisa.
Em gesto de gratidão, o aposentado Davi Lopes, 72, resolveu se voluntariar para conduzir a imagem da santa durante a procissão pelo segundo ano consecutivo. “Pedi para ela interceder a Jesus Cristo pelas minhas dívidas e ela atendeu. Estar aqui é uma maneira de agradecer”, afirma.
As celebrações em homenagem à padroeira dos endividados começaram na quinta-feira (13), quando houve o início do tríduo para a santa. Na sexta-feira (14), a missa na Capela Santa Edwiges foi presidida pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha.
Neste domingo, além da procissão, o último dia dos festejos contou com celebrações eucarísticas pela manhã e a celebração da Missa Solene às 17h, presidida pelo bispo auxiliar, Dom Valter Magno de Carvalho.
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lobo