Convidado a comentar a atuação do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) no último domingo (8/1), quando golpistas vandalizaram a sede dos Três Poderes, o ministro de Justiça, Flávio Dino, afirmou que agora a questão é apurar se a suposta conivência dos profissionais de segurança pública foi um ordem ou apenas simpatia com a ideia de um golpe de Estado.
Segundo o chefe da Justiça e Segurança Pública, é “óbvio” que sem a conivência de policiais e militares os eventos do dia 8 não teriam acontecido. A fala é parecida com a que o próprio presidente Lula fez, nessa quinta-feira (12), quando afirmou estar convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi “aberta por alguém de dentro”.
“Estamos diante de uma rede — que nós não sabemos ainda a extensão — que infelizmente envolveu a participação voluntária ou por omissão de agentes de segurança pública de modo geral, federais e distritais. Essa é uma das linhas de investigação”, afirmou Flávio Dino. O ministro destacou que a apuração da conduta de militares deve ser feita pelo Ministério Público Militar.
“A questão posta é se [a conivência com os vândalos] foi orientada previamente ou foi apenas um gesto de simpatia ao golpe de Estado e portanto de antipatia ao governo eleito. A Polícia Federal está apurando em relação ao que não envolve militares. Em relação aos militares, cabe ao Ministério Público Militar e infelizmente não há a possibilidade de a Polícia Federal atuar, salvo se o Supremo decidir”, explicou.
Vídeos publicados no Metrópoles mostram um coronel que, durante o quebra-quebra do último domingo, tentou proteger os radicais. Segundo matéria publicada na coluna de Rodrigo Rangel, o coronel em questão é justamente o chefe do Batalhão da Guarda Presidencial, Paulo Jorge Fernandes da Hora, encarregado de proteger o Palácio do Planalto.