Foto: Reprodução
Marcelo Arruda foi assassinado pelo ex-policial penal Jorge Guaranho 04 de abril de 2024 | 09:12
A ONG Criar Brasil programou para esta quinta-feira (4) a pré-estreia de um documentário sobre construção do ódio que traz depoimentos da viúva e do filho do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, morto após ser baleado pelo ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho.
O pré-lançamento ocorre no mesmo dia em que terá início o júri popular que analisará o crime. Em julho de 2022, Arruda fez uma festa de aniversário para comemorar seus 50 anos com o tema PT. Guaranho passou de carro em frente ao salão de festas dizendo “Aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”. Eles discutiram e, mais tarde, o ex-policial penal voltou ao local e atirou contra o guarda municipal.
No documentário, a viúva, Pamela Silva atribuiu o assassinato ao fato de Arruda à política. “Infelizmente, isso foi fomentado…esse ódio entre partidos políticos, em pensamentos e ideologias políticas, isso foi fomentado por desinformação, muita fake news, informação inverídica”, complementa, acrescentando que o ex-presidente Jair Bolsonaro —a quem não cita nominalmente—, em sua avaliação, contribuiu para o agravamento do quadro.
“Quando ele fala ‘vamos exterminar a petralhada’…então, assim, ele dá uma ordem de comando para seus apoiadores. E ele fomentou isso de uma forma sempre com violência”, afirma. “As pessoas não podem achar que podem sair matando só porque você pensa diferente de mim.”
O filho de Arruda, Leonardo Miranda, também aparece no documentário. “Perder uma pessoa que a gente ama por uma bobeira é sem sentido. Você matar uma pessoa por causa de diferença política…”, diz.
A produção traz ainda os ataques sofridos pela feminista Lola Aronovich e pelo ex-entregador de aplicativo Max Santos, agredido a correntadas em São Conrado, Zona Sul do Rio. O documentário tem 45 minutos. A pré-estreia acontecerá às 19h no Cine Joia, localizado na avenida Nossa Senhora de Copacabana, 680. A entrada é gratuita.
A expectativa é que no final de abril a produção seja disponibilizada em redes sociais.
Danielle Brant/Folhapress
Comentários