Dois grandes projetos que ainda não saíram do papel consumiram mais de R$ 370 milhões dos cofres do estado sem que as obras sequer tenham começado de fato. No ex-VLT, hoje rebatizado para Monotrilho do Subúrbio, foram gastos R$ 56,9 milhões de 2018 até a última semana, mostram dados obtidos junto ao site de Transparência da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Do total, R$ 27,5 milhões foram pagos à MPE Engenharia, responsável pelo sistema de alimentação de energia elétrica. Outros 15,2 milhões foram destinados ao consórcio contratado para garantir a certificação necessária à implantação do monotrilho, formado pelas construtoras Engevix e RK. Custo do nada Já os R$ 14,2 milhões restantes foram repassados à concessionária Metrogreen Skyrail, a título de aportes previstos em contrato firmado entre o governo e o grupo controlado pela montadora chinesa BYD, mesmo que não exista um trilho instalado. Só aumenta A conta da segunda obra de papel – a Ponte Salvador-Itaparica – é ainda maior. Conforme revelou ontem o portal Aratu Online, o projeto vendido pelo governo baiano como realização há mais de uma década gerou gastos estimados em R$ 316 milhões, parte para o chamado Fundo Garantidor da ponte, parte em serviços de consultoria. No valor, entretanto, não foram contabilizados os R$ 30 milhões gastos com o projeto executivo original da obra, concluído e apresentado à imprensa em 2012, fora a correção monetária ao longo de 12 anos. Segunda fase Após emplacar dois convites para que o comandante geral da PM baiana, Paulo Coutinho, e o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, prestem esclarecimentos à CPI do MST na Câmara, o deputado federal Capitão Alden (PL) elegeu como próximo passo aprovar requerimentos para que integrantes da comissão promovam diligências em fazendas invadidas pelos sem-terra no interior do estado. A base dos pedidos de Alden são denúncias feitas a parlamentares da CPI por produtores rurais que tiveram as terras invadidas pelo MST e relataram prejuízos causados às propriedades por causa da ação do movimento. Cara e coroa Com a decisão do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), de não tentar, a princípio, a reeleição para o comando da Casa em 2024, a sucessão no Legislativo passou a girar em torno de dois eixos. Um tem o deputado Rosemberg Pinto (PT), que espera aglutinar a base leal ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, em retribuição ao empenho empregado por ele para aprovar a ex-primeira-dama Aline Peixoto no cargo de conselheira do TCM. Dois pra um No lado oposto a Rosemberg, está a tropa de choque do PSD de Adolfo, que tem como principal player a deputada Ivana Bastos. Em contrapartida, a parlamentar começa a enfrentar sinais de concorrência no grupo. Sobretudo, por parte do deputado Vítor Bonfim (PL).