Sem reparar no preço que está em uma pequena placa posta atrás da bancada com as cebolas, as donas de casa mais desavisadas, que fazem as compras só percebem o “tombo” quando colocam o produto na balança, já no caixa. Aí, após verificar o aumento, só restam três opções: chorar – antes mesmo de cortá-la –, desistir da compra, ou reduzir a quantidade na comida. Por lá, o quilo da cebola está a R$ 5,29.
Dentre as três opções, a aposentada Maria Elza, 62 anos, escolheu a terceira. Reduziu a compra, levando para casa apenas três cebolas. Ficar sem o ingrediente, para ela e para muitas outras donas de casa, é quase impossível. A hortaliça vai no feijão, no arroz e na carne.
“Está caro demais. Já senti esse aumento há algum tempo”, lamenta a aposentada.
Não é só ela quem sofre. Nas feiras e mercados, a cebola, antes encontrada por até R$ 3,99 o quilo, agora, com os reajustes, passou a R$ 6 ou mais ao consumidor final. Os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de abril só serão divulgados no dia 10 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas, no acumulado de janeiro a março, a cebola já aparece como a grande vilã, com alta de 46,16% na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Se for considerar o preço da saca, a alta é maior ainda. A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) calcula que, de janeiro para cá, a variação no preço da saca de 20 quilos da hortaliça na Bahia, o segundo maior produtor nacional, chegou a 72%. Em janeiro deste ano, custava R$ 25 em Salvador e agora está em R$ 43.
A explicação para a alta no preço pode estar na seca no Sul do Brasil e no excesso de chuva no Centro-Oeste e no Nordeste neste início de ano. Isso fez com que as plantações de cebola dos principais mercados fornecedores do país tivessem perdas de até 30% da produção.
Fonte | Correio24horas