Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o parlamentar do Partido Liberal falou sobre a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional
Reprodução/Jovem Pan News
Deputado Junio Amaral analisou a tramitação da reforma tributária em entrevista ao Jornal da Manhã
No retorno das atividades no Congresso Nacional, além do Senado receber da Câmara dos Deputados o texto que trata da reforma tributária, a busca por cargos dentro do governo se intensifica, à medida que o Palácio do Planalto negocia uma reforma ministerial para angariar apoio no Legislativo. Para falar sobre a retomada dos trabalhos em Brasília, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Junio Amaral (PL), que criticou correligionários do Partido Liberal que estariam negociando apoios eventuais ao governo: “Eu evito falar do ambiente interno do PL, mas é impossível não me posicionar e dizer que é uma vergonha ver parlamentares que se apresentaram na campanha como oposição às ideias do partido e do governante que hoje está à frente do país e agora, de repente, mudaram tudo e deixam esses ideais, propostas e questionamentos para poder negociar. Eu tenho que deixar meu posicionamento contrário à isso, e sei que está em consonância com o que o eleitorado à direita também pensa”.
“Não vejo problema nenhum em o governo conversar com partidos de oposição, desde que essa conversa visasse chegar a um denominador comum ou decisões mais equilibradas, olhando os dois espectros ideológicos. Sendo que a gente sabe que, na verdade, não acontece isso. O que acontece são negociações de espaços, negociações fisiológicas de emendas parlamentares e cargos nos Estados. Oposição que está no colo do governo, está por interesse de projeto de poder, e não por interesse da sociedade”, declarou.
Mesmo sem a proposta da reforma em mãos, os senadores já se articulam por mudanças no texto. Parlamentares identificaram pontos na proposta, aprovada pelos deputados no início de julho, que podem ser alterados no Senado, principalmente aqueles que foram colocados no final da tramitação na Câmara. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi designado como relator da proposta e a PEC da reforma tributária passará apenas pela Comissão de Constituição e Justiça. Em seguida, o texto irá para análise do plenário. Caso houverem mudanças, o que é provável, o texto volta para a Câmara. Para Amaral, é fundamental que os deputados barrem as alterações: “Eu acredito que a Câmara tenha mais força neste momento (…) O que já está muito ruim, pode ficar pior por pressões de setores específicos. A gente sabe que o lobby negativo, que contempla outros interesses de quem aprova as nossas leis, é muito forte. Além da reforma tributária, no arcabouço, por exemplo, foram criadas tantas exceções, que na verdade as exceções estão virando regra”.
O parlamentar também avalia que a reforma não avançou em reduzir o peso da carga tributária sobre a população; “Para o bem, ou para o mal, uma reforma tributária, no sistema que nós já estamos há tantos anos, é sem dúvida a pauta mais relevante neste contexto. O problema é que, infelizmente, o governo resistem em promover aquilo que deveria fazer, que é a desoneração, tirar o peso do Estado das costas do trabalhador, do empreendedor e dos diversos setores. O que a gente percebe é que, nesse pretexto de ‘estamos simplificando’, na verdade em diversos pontos, e só mesmo um especialista consegue apresentar todos os detalhes do que é positivo e negativo, mas dentro do que nós parlamentares que acompanharam esse processo, que foi muito rápido e atropelador, percebemos que não há grandes vantagens para a sociedade, pelo contrário. Eu destaco o setor de serviços, que está assumindo uma carga muito grande em detrimento de outras”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.