As acusações de Edenilson de que teria sido chamado de ‘macaco’ pelo lateral-direito corintiano Rafael Ramos, em jogo no Beira-Rio, contra o Internacional, dia 14 de maio, pelo Brasileirão, devem ser arquivadas pela falta de provas. Nesta quarta-feira (8), o Instituto-Geral de Perícias de Porto Alegre (IGP) remeteu para a 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre o Laudo Pericial sobre o pedido de perícia de leitura labial com resultado “inconclusivo.”
O documento avaliado pelo IGP tem 40 páginas e, apesar de 41 frames terem sido avaliados, a conclusão é que não dá para garantir que houve ato racista. A conclusão do laudo diz: “Não sendo possível identificar os movimentos realizados na porção interna da cavidade oral do jogador de camiseta branca, é tecnicamente inviável localizar todos os vestígios que definem a sequência de consoantes e vogais emitidas”.
Após a divulgação do resultado, Edenilson utilizou as redes sociais para criticar e ironizar a decisão. No Instagram, o meia do Inter colocou seu nome como “Macaco Edenilson Andrade dos Santos”, apagou todas as postagens e publicou uma foto nos stories. A foto de perfil também foi trocada por uma onde um homem negro tem a boca tapada por mãos brancas.
“Não iriam nos calar???? Já nos calaram. Se ofendidos aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal, é uma luta INCONCLUSIVA!!!!!”, diz a legenda da foto, onde ele aparece com um emoji de ‘X’ na boca.
Edenilson alterou seu perfil do Instagram após a divulgação do resultado do laudo (Foto: Reprodução) |
O lateral português sempre negou ter chamado Edenilson de “macaco”. Por conta própria, ele também contratou uma perícia, que concluiu que a frase falada para o meia do time gaúcho seria “f… mano, car…” ao invés de “f…, macaco”, como o camisa 8 do Inter acusou.
“A maior parte dos gestos que compõem a fala ocorrem justamente no ambiente intraoral ou em outras porções internas, como a faringe e a laringe. Nem em vídeos com excelente qualidade de imagem é possível obter as informações do que se passa na parte não visível do aparelho fonador”, informou o IGP.
Aguardando por uma decisão da justiça, o Corinthians deixou de utilizar Rafael Ramos em alguns jogos no Brasileirão, mas mostrou-se solidário e confiante nas palavras de seu atleta.
“Por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada”, completa o laudo.