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Eleições EUA: saiba quais são os cinco temas cruciais que estão em jogo

Com a proximidade das eleições nos Estados Unidos, fica cada dima mais visível quais são os temas centrais que movem a campanha de Donald Trump, candidato do Partido Republicano, e Kamala Harris, do Partido Democrata. Atualmente os dois candidatos estão tecnicamente empatados, deixando as eleições ainda mais quentes. Tudo parece colocar os dois candidatos à eleição presidencial de 5 de novembro de lados opostos e sete em cada 10 americanos relatam estar preocupados com o resultado do pleito. Mas o que está em jogo em termos políticos nesta campanha descrita como histórica? Veja a seguir:

Economia Após três anos de inflação elevada, o poder de compra é um tema de grande preocupação para muitos cidadãos americanos. Donald Trump, que em sua gestão reduziu os impostos para os mais ricos e as empresas, prometeu aumentar as taxas sobre todas as importações em mais de 10%, o que, segundo ele, permitirá financiar uma ampla redução de impostos. O candidato republicano também se comprometeu a tornar os Estados Unidos “a capital mundial do bitcoin e das criptomoedas”. A democrata Kamala Harris, por sua vez, se apresentou como a candidata da classe média e quer criar uma “economia de possibilidades”. Embora tenha assumido alguns dos compromissos de Joe Biden sobre a taxação das grandes fortunas, também os moderou. A vice-presidente promete uma dedução fiscal para a natalidade, ajuda para dar acesso à habitação e incentivos à criação de empresas.

Imigração Para Trump, a situação na fronteira com o México é uma prioridade. É também um tema sensível da campanha, no momento em que foi registrado um pico de entradas ilegais durante a gestão Biden. O republicano, que em sua campanha de 2016 prometeu construir um muro ao longo da fronteira, foi ainda mais longe desta vez, planejando a maior operação de expulsão de migrantes ilegais da história americana. Sua retórica xenófoba e desumanizante sobre os migrantes se repete em seus discursos, nos quais descreve a chegada de imigrantes ilegais como “uma invasão” e “o envenenamento do sangue americano”. Na defensiva sobre a questão, Kamala propõe-se a seguir uma política dura, afirmando que faz falta que as pessoas que entram ilegalmente no país enfrentem “consequências”, e apoiou um projeto de lei de Biden para endurecer a política migratória, principalmente através do investimento em barreiras físicas.

Aborto O direito ao aborto poderia motivar mais cidadãos americanos tradicionalmente menos politizados a comparecer às urnas, sobretudo as mulheres, o que pode favorecer os democratas, visto que referendos sobre a questão serão realizados em 10 estados paralelamente às presidenciais. Esta é a primeira eleição presidencial desde que a Suprema Corte, para o qual Trump nomeou novos juízes, reverteu a proteção federal do aborto em junho de 2022, anulando a decisão “Roe vs. Wade” que garantia o direito ao aborto às americanas desde 1973. Kamala fez deste assunto uma questão fundamental em sua campanha e culpa seu adversário pela situação atual, que descreve como “horrível e de partir o coração”.

A democrata quer uma lei federal que restabeleça as disposições da decisão judicial de 1973. Trump hesita sobre o assunto. O ex-presidente defende ter deixado o tema nas mãos dos estados após a decisão da Suprema Corte, mas considera que alguns “foram longe demais”. Segundo o candidato, sua administração será “ótima para as mulheres”, mas deu a entender que poderá usar seu poder como presidente para limitar o acesso aos medicamentos abortivos.

Relações internacionais Com uma campanha desenvolvida em um contexto de guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, a postura de ambos os candidatos está sendo observada por determinados grupos de eleitores. O republicano, que considera que os EUA nunca foram tão pouco respeitados no mundo, garante que resolverá estes conflitos rapidamente, mas não explica como. Também criticou o amplo financiamento de Washington a Kiev desde 2022. Ao contrário, Kamala prometeu que continuará “firmemente do lado da Ucrânia” e não será “amiga de ditadores”, ao contrário de seu adversário. Embora ambos tenham manifestado apoio ao “direito de defesa” de Israel, a vice-presidente tentou equilibrar seu discurso ao abordar o sofrimento dos palestinos.

Clima Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa no mundo depois da China, mas a questão quase não foi abordada pelos candidatos, que têm visões completamente opostas sobre o tema. Trump é cético em relação às mudanças climáticas e quer eliminar os subsídios às energias renováveis e aos carros elétricos que, em sua opinião, prejudicam as empresas. Ele também prometeu “perfurar a todo o custo” e planeja sair novamente do Acordo de Paris. Kamala Harris, por outro lado, está empenhada em “continuar e desenvolver a liderança internacional dos Estados Unidos na questão do clima” e apoiou grande parte do plano de transição energética de Biden. Enquanto senadora pelo estado da Califórnia, apoiou o “Green New Deal”, uma resolução que visa reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito de estufa.

*Com informação da AFP
Publicado por Sarah Américo

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