Para garantir o voto no candidato escolhido, quem é do interior mas mora na capital baiana está pegando o caminho de volta para sua respectiva cidade natal. Nas principais saídas de Salvador, o movimento segue tranquilo e a quantidade reduzida de malas nas mãos dos passageiros, revela que, desta vez, a viagem não é a passeio. Vai ser no esquema vbate e volta.
“Estou indo para perto, em Feira de Santana, mas escolhi sair hoje (1º) para evitar um possível engarrafamento amanhã (2). Vai ser uma viagem rápida, porque segunda tudo volta ao normal e já teremos que estar aqui de novo”, conta a comerciária Andrea Gino, 45 anos, na saída da Rodoviária de Salvador.
Além dela, o marido e os dois filhos também seguem para a votação fora da capital. Eles se mudaram há 15 anos, por causa de uma oportunidade de emprego. O título ainda não foi transferido porque “caiu no esquecimento, já que a gente só usa de dois em dois anos”, brinca a feirense.
Nessa época, a votação se torna o principal motivo dos deslocamentos para fora de Salvador, mas não costuma provocar aumento no fluxo de passageiros, segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), que administra o modal.
A administradora não tem histórico de um movimento que ultrapasse os 6,5 mil embarques registrados diariamente. Por isso, neste final de semana, o funcionamento seguirá no esquema normal.
A rodoviária seguirá operando 24h, com capacidade para 11 mil embarques por dia. Ao todo, o modal oferece 400 linhas e 540 horários de embarque diariamente. Os passageiros podem adquirir os bilhetes pelo site, antecipadamente, ao no local.
O caseiro Gilton Cézar Freitas, 35 anos, escolheu a segunda opção, mas não conseguiu comprar a passagem para o horário da manhã – quando chegou na rodoviária. Seu destino é o município de Quijingue, mas para lá há apenas uma linha no primeiro turno do dia. A opção foi aguardar o embarque da tarde.
Em Salvador há apenas dois meses por causa do novo trabalho, essa é a primeira vez que ele não está na sua cidade natal no período de eleição. “Ainda estou me adaptando com esse tipo de viagem. A ideia é ir garantir o meu voto e retornar segunda-feira. Se aqui em Salvador der tudo certo, eu transfiro o título”, garante ele.
Ferry
A farmacêutica Carla Pereira, 29 anos, preferiu viajar pelo mar. Nascida em Santo Antônio de Jesus, ela já realiza o deslocamento para lá há três eleições. Não faz questão de transferir o título de eleitor para a capital, pois aproveita a oportunidade para rever os parentes.
“É uma visita certa, daquelas que a gente não tem como escapar, por isso, até hoje eu não mudei o local de votação. Na correria a gente acaba adiando a ida, mas quando chega não quer mais voltar, pena que a alegria acaba segunda”, diz.
Ferry tem movimento tranquilo no final de semana de eleições (Foto: Emilly Oliveira/ CORREIO) |
No ferry, o movimento era ainda menor que na rodoviária. A Internacional Travessias afirma que é comum nesta época. Por isso, a operação também seguirá como de costume neste final de semana.
O sistema conta com cinco embarcações, saindo regularmente a cada uma hora. Viagens extras serão avaliadas de acordo com a demanda. Aos domingos, o primeiro horário de saída do ferry é às 6h e o último às 23h.
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo