InícioEditorialEmboscada da Mancha: torcedor do Cruzeiro ferido tem alta após 20 dias

Emboscada da Mancha: torcedor do Cruzeiro ferido tem alta após 20 dias

São Paulo O último torcedor do Cruzeiro que seguia internado após a emboscada de membros da Mancha Alvi Verde (antiga Mancha Verde) recebeu alta nesse sábado (16/11), após ficar 20 dias no Hospital Estadual de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. O ataque da torcida organizada palmeirense aconteceu na madrugada do dia 27 de outubro no km 65 da Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.

O cruzeirense José Victor Miranda, de 30 anos, morreu na ocasião. Ao todo, 17 cruzeirenses feridos: sete deles tiveram traumatismo craniano e um homem foi baleado na barriga.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que todos os quatro pacientes que deram entrada no hospital de Franco da Rocha em decorrência da emboscada já receberam alta. Os nomes das vítimas não foram informados.

A emboscada

Por volta das 5h da manhã do dia 27 de outubro, no km 65 da Rodovia Fernão Dias, no centro de Mairiporã, membros da Mancha Alvi Verde, torcida do Palmeiras, fizeram uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro. Durante o ataque, um homem foi morto carbonizado e 17 ficaram feridos.

Em um dos vídeos do ataque, é possível ouvir um homem falando “É a Mancha, car****. Aqui é a Mancha, por**”, fazendo referência à torcida organizada.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados para a ocorrência e, no local, encontraram um ônibus incendiado e outro depredado. Foram apreendidos rojões, fogos de artifício, barras de ferro e madeiras, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

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Torcedores do Palmeiras emboscaram e espancaram cruzeirenses

O ataque foi deflagrado na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), na madrugada de domingo (27/10)
Os torcedores mineiros voltavam de ônibus de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26/10) com o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0
O ataque acabou com uma morte e 16 pessoas feridas
Os torcedores do Palmeiras humilharam as vítimas
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Torcedores do Palmeiras emboscaram e espancaram cruzeirenses

Material cedido ao Metrópoles

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O ataque foi deflagrado na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), na madrugada de domingo (27/10)

Material cedido ao Metrópoles

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Os torcedores mineiros voltavam de ônibus de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26/10) com o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0

Material cedido ao Metrópoles

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O ataque acabou com uma morte e 16 pessoas feridas

Material cedido ao Metrópoles

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Os torcedores do Palmeiras humilharam as vítimas

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Em um vídeo, um torcedor do Palmeiras pisou na cara de um cruzeirense

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As vítimas foram hostilizadas e humilhadas

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Autoridades começaram a investigar o ataque

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A torcida da Máfia Azul foi alvo do ataque

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Os agressores dispararam uma chuva de rojões para emboscar as vítimas

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Um dos ônibus pegou fogo

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O trânsito na rodovia foi interrompido

Material cedido ao Metrópoles

Com a aproximação das equipes da PRF e da Polícia Militar de São Paulo, os agressores envolvidos fugiram pelas vias locais.

Como mostrado pelo Metrópoles, a organizada palmeirense teria monitorado e interceptado os cruzeirenses, que viajavam em dois ônibus na Rodovia Fernão Dias. Os torcedores mineiros voltavam de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26/10) contra o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0.

Indiciados

O integrante da Mancha Alvi Verde Alekssander Ricardo Tancredi, preso no dia 1º de novembro,  foi indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa.

Na casa do suspeito, na Freguesia do Ó, zona norte da capital paulista, policiais encontraram roupas com marcas de sangue. Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, a equipe de investigação negocia com os demais envolvidos que tiveram mandados de prisão expedidos para que todos se entreguem à polícia.

Entre os foragidos, estão o presidente da organizada, Jorge Luiz Sampaio Santos, e o vice-presidente, Felipe Matos Dos Santos. Os outros foram identificados como Leandro Gomes dos Santos, Aurélio Andrade de Lima e Nélio Ferreira da Silva.

Segundo o pedido de prisão, Jorge seria “o mentor intelectual de toda ação delituosa”, sendo citado o ataque de cruzeirenses contra palmeirenses em setembro de 2022, do qual ele foi a maior vítima, tendo até seus documentos pessoais levados.

O pedido de prisão temporária de outro suspeitos, Henrique Moreira Lelis  foi revogado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). De acordo com a defesa dele, foram apresentados documentos como cartão de embarque de viagem no trecho entre Goiânia e Rio de Janeiro, comprovantes de táxi e imagens de Henrique em um supermercado no estado fluminense no dia da emboscada.

Investigações

Os membros da Mancha Alvi Verde são investigados pela Polícia Civil e vão responder criminalmente por homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e promover tumulto, praticar ou incitar a violência em eventos esportivos.

A ocorrência foi inicialmente encaminhada à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) para identificação e responsabilização dos envolvidos, diz a nota. Depois, a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) trocou a delegacia responsável passando o inquérito policial para a 3ª Delegacia de investigações de Homicídios Múltiplos, da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também investiga a torcida organizada do Palmeiras, como facção criminosa. “Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Por isso, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinou que, para além do promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado [Gaeco] entre no caso”, disse Oliveira e Costa.

“Há firmes evidências de que algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, o que justifica a intervenção do Gaeco”, acrescentou o chefe do MPSP.

Possível vingança

A emboscada realizada por torcedores palmeirenses pode ter sido vingança a um ataque semelhante que aconteceu em 28 de setembro de 2022.

Na ocasião, o confronto entre os torcedores do Cruzeiro e do Palmeiras aconteceu na altura do km 593 da mesma rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais. Em imagens publicadas nas redes sociais, era possível ver palmeirenses armados com paus e barras de ferro. Rojões também foram usados no confronto. Alguns envolvidos na confusão apareceram ensanguentados.

Em maior número, os torcedores do Cruzeiro espancaram diversos membros da torcida do Palmeiras, entre eles Jorge Luis, atual presidente da Mancha Alvi Verde (veja abaixo).

Na briga de 2022, os palmeirenses estavam indo para Belo Horizonte, onde o Verdão jogaria contra o Atlético-MG pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cruzeirenses se deslocavam para Campinas, onde a equipe tem jogo contra a Ponte Preta pela 32ª rodada da série B.

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