O empate entre Bahia e Operário, por 2×2, na noite deste sábado (24), terminou de forma acalorada na relação entre o técnico Enderson Moreira e alguns torcedores na Fonte Nova. Após o apito final, o treinador bateu boca com tricolores que estavam próximos ao túnel de acesso ao vestiário.
Durante a entrevista pós-jogo, o comandante do Bahia explicou que foi atingido por cerveja e que por isso exigiu respeito.
“Eu não bati boca não, ele atirou cerveja em mim. E tem que perguntar porque ele faz isso. Vai para o estádio e pode fazer isso? Não bati boca não, só perguntei porque ele fez isso. Eu sou um ser humano, um pai de família. Exijo minimamente respeito. O que falta é respeito com as pessoas, foi o que eu fui pedir para ele. Sou um trabalhador, assim como ele, que deve acordar cedo. Eu vim da periferia, sofri a minha vida toda”, explicou o treinador.
Enderson também foi alvo de protestos durante o jogo. O treinador foi criticado por ter tirado Lucas Mugni da partida. Segundo ele, o argentino não tinha mais condição física de ficar em campo.
“Não tem problema nenhum me chamar de burro. Tirei Mugni porque ele fisicamente estava esgotado. As vezes acham que a gente só faz substituições técnicas. Visivelmente ele estava exaurido, tinha mais 15 minutos, não poderia ficar com um jogador desgastado. Também gostaria que ele terminasse o jogo, mas a substituição foi física”, afirmou.
Ainda com os ânimos acirrados, Enderson chegou a discutir de forma mais acintosa com um dos repórteres na sala de imprensa da Fonte Nova ao ser questionado sobre o desempenho do time contra o Operário. Logo depois, o treinador fez a sua análise e reconheceu que o Bahia caiu de rendimento após sofrer os dois gols.
“O nosso começo de jogo foi muito bom, as chances criadas, o gol anulado. O time deles não foi uma vez ao nosso gol. Tivemos um gol anulado, aí emocionalmente os jogadores sentiram e a conexão com a torcida acabou um pouco. Logo em seguida tomamos dois gols. Deixamos de estar com uma vantagem de 1×0 para sair de 2×0 negativo. Foi traumatizante para todos, não só para o torcedor. Estávamos tentando buscar forças para conseguir um gol e quem sabe no segundo tempo fazer diferente”, disse.
“Concordo que depois dos gols nós não jogamos nada, mas não foi o jogo todo. Começamos o segundo tempo bem, com bola na trave de Ricardo Goulart. Depois o nosso time não conseguiu mais conexão. O time caiu muito e foi um segundo tempo de muita dificuldade. Quando você tem vários jogadores que não estão rendendo tanto, cria dúvidas também na gente. Quem você vai tirar, quem vai colocar? Sobre os meninos, ninguém tem certeza se eles entrariam bem. O Vidal foi o primeiro jogo dele. Temos que ter tranquilidade com eles”, completou.