InícioEditorialEntenda como sua empresa pode se destacar a partir do ESG

Entenda como sua empresa pode se destacar a partir do ESG

Não é de hoje que as práticas ESG se tornaram constantes em grandes empresas de diversos setores do mercado. Com o foco em desenvolver ações voltadas para a sustentabilidade, responsabilidade social e gestão – daí a sigla em inglês Environmental, Social and Governance – empreendedores têm apostado cada vez mais no desenvolvimento desse setor e na capacitação de profissionais para executar essas práticas em seus negócios. Mas ainda não são todas as empresas e nem todos os empresários que já executam essas técnicas. Como começar? Quais são os primeiros passos a serem dados nesse campo?

Essas são dúvidas comuns de quem ainda não se inseriu nessa realidade do mercado de trabalho, gerando dificuldades de adaptação e atualização do negócio junto às práticas de ESG. E, por mais que pareça algo complexo e restrito a empreendimentos de grande porte, o desenvolvimento desse setor pode – e deve – ser compreendido de forma simples e assertiva por negócios de médio e pequeno porte na Bahia e no Brasil. 

Para Leane Mattei, palestrante, escritora, comunicadora e mestra em Desenvolvimento e Gestão Social pela UFBA, é necessário que o indivíduo que empreende tenha consciência e vontade para entender as razões pela qual a empresa está investindo no setor de ESG e, consequentemente, desenvolvendo áreas voltadas para o ambiental, social e de governança do negócio.

“Se não tiver clareza dos motivos muito provavelmente serão tomadas decisões erradas. É preciso, primeiro, querer investir nisso, ter metas alcançadas dentro e fora da empresa, e então estar comprometido com isso. E esse comprometimento começa com a ‘autodireção’. Sendo grandes ou pequenas empresas, as pessoas à frente precisam entender as razões pelas quais elas adoram a prática de ESG. É preciso ter um engajamento de quem está na frente”, explica Leane.

A gestora atualmente é diretora da Aganju, uma consultoria especializada em ESG e Impacto Social, e reafirma que os empreendimentos precisam passar a encarar o ESG como um investimento necessário, não apenas como um ‘custo’ para o negócio. Para isso, é importante analisar o alcance e volume que a empresa alcança, possibilitando desenvolver ações que sejam compatíveis com o tamanho do empreendimento.

“É claro que existem custos operacionais [para implementar o ESG], seja para ter pessoas ou programas. Mas é um investimenro na longevidade do seu negócio. Muitas vezes querem colocar metas mas não querem investir. Aí não dá. E esse investimento é diretamente proporcional ao porte da empresa. Se tenho algo pequeno ou em crescimento, as ações sociais ou ambientais serão proporcionais a isso. Já se estou em uma grande corporação, preciso ter plataformas e metas robustas, porque quem tem mais precisa fazer mais pela sociedade”, define a empresária.

Um dos exemplos práticos trazidos por Leane diz respeito a um dos clientes assessorados pela empresa onde trabalha – que esclarecem de que forma pequenos e médios comerciantes podem começar a implantar as ações ESG no dia a dia. Um restaurante de bairro, por exemplo, serve comida à quilo e dá desconto para os clientes que usem recipientes reutilizáveis para fazer as marmitas. No mesmo local, os talheres descartáveis são recicláveis feitos de bambu, além de existir um programa de contratação de profissionais e jovens aprendizes negros e negras. Todas essas agendas, por mais que tenham um impacto local, já fazem parte da complexa estrutura de ESG.

“Muitas vezes precisamos mudar a forma como vemos as ações das empresas. Por isso as consultorias são importantes, elas trazem a técnica e a visão imparcial, ajudando os empreendedores a enxergarem melhor. Num negócio pequeno não é preciso ter um investimento grande, mas podemos pensar em como mudar algumas ações que fazemos para executar o ESG”, analisa Leana Mattei. 

Outros exemplos citados pela profissional que se aproximam da realidade de pequenos negócios é investir em práticas de doações. Lojas de roupa que podem dar descontos ou recolher peças para repassar para instituições de caridade, ou estabelecimentos que revertem a renda para programas sociais.

ESG como diferencial

Seguindo a lógica de utilizar ações ESG como uma ferramenta de atualização do seu negócio, o posicionamento de marcas e negócios nesse setor se torna benéfico para atrair profissionais e talentos do mercado de trabalho. Leana Mattei ressalta como essas práticas podem ser vistas como um diferencial para quem procura um emprego ou, em alguns casos, para trabalhadores que querem trocar de empresa ou trocar de área de atuação. O ESG tem chamado a atenção.

“Eu acho que hoje é um diferencial, mesmo que você não atue na empresa como um líder nesse setor de ESG. Mas todas as áreas das empresas precisam entender o impacto do legado do seu trabalho. Quando estamos em uma empresa que gera impacto positivo para a sociedade, como enxergo o meu caso, damos um olhar transversal e estratégico. Os profissionais precisam entender o que o ESG e como, de alguma forma, seus valores pessoais dialogam com a empresa que está. Cada vez mais profissionais não se identificam e buscam outro espaço para valoriação”, explica a gestora.

Mesmo assim, Leana ressalta que essa realidade se aplica muito mais aos trabalhadores que têm o privilégio da escolha. Por isso se torna ainda mais importante que todas empresas busquem a implantação e desenvolvimento dessas ações em seus negócios, gerando um impacto positivo na maioria dos profissionais que lá trabalham.

“De alguma forma, precisamos nos realizar através do trabalho. Claro que isso é dentro do privilégio de poder escolher, porque nem sempre podemos escolher. Mas tendo essa oportunidade acredito fortemente que é um caminho estar em locais que você entende o seu papel e que você faz parte de algo maior que você”, completou.

Leane Mattei será uma das profissionais presentes no II Fórum ESG Salvador, realizado pelo CORREIO e Site Alô Alô Bahia, que acontecerá nesta terça (30) e quarta-feira (31) no Porto Salvador. O evento reúne palestras, bate-papos e trocas entre o empresariado, o poder público e demais representantes da sociedade. Na ocasião, especialistas, executivos e autoridades terão a oportunidade de discutir formas de tornar os diversos setores da sociedade mais engajados com estes propósitos.

O II Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Site Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Aliança da Bahia, Ambev, Atlantic Nickel, BAMIN, Bracell, CCR Metrô, Contermas, Deloitte, Grupo Luiz Mendonça – Bravo Caminhões e AuraBrasil, Jacobina Mineração, Leroy Merlin, Moura Dubeux, Sotero Ambiental, Socializa, Suzano e Unipar; apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, SEBRAE, SENAI CIMATEC e Instituto ACM; apoio do Banco Master, Larco Petróleo, Sabin, Senac e Wilson Sons e parceria do Fera Palace Hotel, Happy Tour, Hiperideal, Luzbel, Multimídia, Ticket Maker, Uranus2, Vini Figueira Gastronomia e Zum Brazil Eventos.

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