A situação no bairro de Itapuã está complicada. Em três dias, seis pessoas foram baleadas. Na quarta, dois homens foram atingidos na Praça Dorival Caymmi, a 3 metros da 12ª Delegacia (pasmem!). Isso aconteceu dois dias após um tiroteio na Rua da Mangueira, onde dois homens foram mortos e um casal (inocente) acabou ferido. Mas, o que ocorre com um dos bairros mais famosos de Salvador, de praia imortalizada em canção por Vinícius de Moraes e Toquinho?
Falta estratégia – não para a promoção da letalidade através das forças de segurança, mas investimento em inteligência para ações cirúrgicas, em especial a Baixa da Soronha, alvo de disputa entre o Bonde do Maluco (BDM) e o Comando Vermelho (CV). Enquanto a gente aguarda eficiência, a violência vai ceifando vidas e matando também a economia e o turismo. Quem se arrisca hoje a andar de boa na Lagoa do Abaeté, por exemplo?
Itapuã: 2 pessoas são mortas e outras 4 baleadas em três dias no bairro (Foto: Haecke Dias/Ascom-PC) |
O “faroeste” é aqui
O quadrimestre deste ano foi violento. De janeiro até abril, Salvador e Região Metropolitana registaram 121 tiroteios, que mataram 94 pessoas e deixaram 23 feridas, segundo um estudo do Instituto Fogo Cruzado. O levantamento aponta que a maioria dos confrontos aconteceu em vias públicas e próximos a locais de grande circulação de pessoas, como shoppings centers. Ou seja, Salvador virou num “faroeste”.
E a pesquisa ainda traz o seguinte alerta: do total dos disparos, 48 deles ocorreram durante ações e operações policiais – isso significa aproximadamente 40%. Está aí mais um forte indício que a segurança pública deve ser repensada, que somente a força pela força gera mais violência, inclusive para quem a emprega: até agora, seis agentes foram baleados, três morreram.
De janeiro a abril, 121 tiroteios, com 94 mortos em Salvador e RMS (Foto: Marina Silva/ CORREIO) |
É preciso coragem!
A paixão por pedalar quase custou a vida de homem na última terça-feira (09), em uma passarela que dá acesso a um shopping na Avenida Tancredo Neves, em Pernambués. Ele foi esfaqueado por um dos bandidos que levou a sua bicicleta. Os relatos de furtos e roubos de bikes, cujos preços padrões variam entre R$ 800 e R$ 10 mil, estão cada vez mais frequentes, tanto que o modo de agir dos assaltantes é o mesmo: ficam no entorno das ciclovias, esperando o ciclista passar e então dão o empurrão.
Se a vítima resistir ameaçam com um revólver ou uma faca. Em Pernambuco, desde 2017 funciona um programa do governo para rastrear e recuperar bicicletas roubadas e combater o comércio ilegal. Aqui, segundo a Federação Baiana de Ciclismo (FBC), o rastreamento ainda não existe. Ou seja, pedalar na capital é necessário mais que disposição. É preciso ter muita coragem.
Homem é esfaqueado durante roubo de bike. Pedalar em Salvador é preciso muita coragem (Foto: Max Haack/Divulgação) |
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