Os benefícios da prática regular de exercício físico vão muito além da perda de peso: redução da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da glicemia, melhor qualidade do sono, diminuição das dores ósseas, aumento da massa muscular e redução do estresse. Isso foi o que destacou hoje a fisioterapeuta Lorena Arruda, ao abordar o tema “Importância do Exercício Físico”, dentro do Ciclo de Palestras do Núcleo de Obesidade do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba),unidade da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Para mostrar a importância do exercício, a fisioterapeuta mobilizou os pacientes com obesidade para a realização de exercícios de respiração e alongamento antes da palestra. Ela pontuou a diferença entre atividade física e exercício físico. Atividade física faz parte da rotina das pessoas em geral, mas exercício físico, segundo explicou, é como remédio: precisa de dosagem e de regularidade. Mas precisa levar em conta o desejo do paciente no momento da escolha.
Lorena mostrou que os exercícios na água (hidroginástica, natação, hidroterapia) são excelente opção para quem tem obesidade, mas se o paciente não gosta de exercício aquático, não adianta, porque é preciso escolher uma atividade que dê prazer. O exercício físico – explicou – exige roupa e calçados apropriados -. Por isso, quem vai andando para o trabalho faz, na verdade, atividade física, porque ninguém anda num passo mais acelerado porque não vai querer chegar suado. É preciso suar, explicou.
Quem começa a fazer exercício físico, de acordo com Lorena Arruda, não fica ansioso se o ponteiro da balança não descer. É que o músculo que aumenta de tamanho, pesa.O importante é observar se as roupas estão ficando mais folgadas e se as pessoas também começam a notar as mudanças.
Imagem corporal
O tema exercício físico foi antecedido pela palestra da psicóloga Aline Fonseca, também da equipe multidisciplinar do Cedeba, sobre “Imagem Corporal”, que é como paciente se vê e como se sente com o seu corpo. A palestrante citou o caso de uma paciente que desceu de 150 para 70 quilos com a cirurgia bariátrica, mas continuava achando-se gorda.
Muitos pacientes negam seu corpo e fogem do espelho, limitando – se a querer observar apenas o rosto por não aceitarem a imagem do corpo. “Mas é importante que o paciente se veja para poder avaliar se está bem com o corpo, se desejar mudar e o que fazer para mudar.”, observou a psicóloga
A dificuldade do obeso de lidar com a imagem tem relação com os preconceitos da sociedade.Vítima de piadas jocosas, e rotulados de preguiçosos, gulosos, desleixados. Na avaliação do paciente Joedson Vieira da Silva, de 27 anos, do município de Campo Formoso – 138 quilos e 1,70 m de altura – o preconceito contra o obeso é mais forte do que em relação ao negro.
As pacientes reclamam da discriminação que sofrem quando chegam às lojas de roupas. As vendedoras logo dizem que nem tamanhos para elas, quando muitas vezes estão querendo comprar um presente para uma pessoa magra. A discriminação também acontece quando as pessoas com obesidade concorrem a vagas de emprego.
Por | Ascom do Cedeba