O Exército Brasileiro confirmou a liberação dos militares aquartelados após sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra (AGSP), em Barueri, na Grande São Paulo. De acordo com o Comando Militar do Sudeste, os militares cumprem o expediente normalmente. O motivo da liberação se dá por conta da evolução das investigações. Os investigados devem responder pelos crimes de furto; peculato; receptação; e desaparecimento, consunção ou extravio. A qualificação dos crimes compete ao Ministério Público Militar, conforme explicou a corporação. Além disso, os militares que teriam sido omissos ou negligentes no caso poderão ser punidos na esfera disciplinar com advertência, impedimento disciplinar, repreensão, detenção disciplinar e prisão disciplinar de até 30 dias. Até o momento, das 21 armas furtadas, 17 foram recuperadas. Na quinta-feira, 19, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou que Polícia Civil recuperou oito armas em território fluminense. Através das redes sociais, o mandatário informou que as armas foram encontradas num carro roubado, no bairro Gardênia Azul, na Zona Oeste da capital. “Quero parabenizar os policiais da nossa Delegacia de Repressão a Entorpecentes que, na tarde de hoje, encontraram 8 das 21 metralhadoras furtadas do Exército em Barueri, São Paulo. Quatro metralhadoras ponto 50 e outras 4 MAGs, calibre 7,62 foram interceptadas pela Polícia Civil. As armas estavam dentro de um carro roubado, na Gardênia Azul”, informou.
“De janeiro a setembro deste ano, nossas forças estaduais de segurança já retiraram das mãos de criminosos mais de 4.900 armas de fogo. E o número de apreensão de fuzis aumentou expressivamente. Nossas investigações seguem avançando, com inteligência e aparato técnico. Nossa política de segurança atua fortemente para prender lideranças e asfixiar financeiramente as organizações criminosas. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias. O Estado não vai recuar”, continuou Cláudio Castro, que exibiu os armamentos em um vídeo. Após o furto, o direto do Arsenal de Guerra de São Paulo foi exonerado. “O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado, e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei”, disse o general Maurício Vieira, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste do Exército, em coletiva realizada na semana passada. Durante uma inspeção, realizada no dia 10 de outubro no AGSP, foi descoberto que 13 metralhadoras calibre.50 e oito de calibre 7,62, armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção. Imediatamente, foram tomadas todas as providências administrativas com o objetivo de apurar as circunstâncias do fato, sendo instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM). Cerca de 480 militares foram aquartelados.
Veja a íntegra da nota do Comando Militar do Sudeste:
“O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informa que, em razão da evolução das investigações, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) não está mais na situação de sobreaviso, ou seja, não existe mais nenhum efetivo aquartelado. Todos os militares da organização militar cumprem o expediente normalmente. No contexto da apuração criminal, os possíveis crimes cometidos, à luz do Código Penal Militar, são: furto; peculato; receptação; e desaparecimento, consunção ou extravio. A qualificação dos crimes compete ao Ministério Público Militar. Paralelamente à apuração criminal, na esfera disciplinar, as possíveis punições são: advertência; impedimento disciplinar; repreensão; detenção disciplinar; e prisão disciplinar (até 30 dias)”.
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