Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Alfredo Gaspar, presidente da Frente Parlamentar Brasil-Hungria da Câmara dos Deputados 26 de março de 2024 | 20:31
A Frente Parlamentar Brasil-Hungria da Câmara dos Deputados divulgou nota de repúdio contra o governo brasileiro por ter convocado o embaixador do país europeu no Brasil, Miklós Halmai, para explicar a permanência de Jair Bolsonaro (PL) na sua missão diplomática dias após a Polícia Federal ter apreendido o passaporte do ex-presidente.
O presidente do grupo, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), diz reafirmar o respeito e aderência aos princípios estabelecidos pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. “Conforme esta importante convenção, é prerrogativa das representações diplomáticas receber qualquer pessoa, sem a necessidade de prestação de contas ao governo do país anfitrião”, indica a nota.
No comunicado, o grupo diz que as declarações e ações recentes do Itamaraty pedindo explicações ao embaixador da Hungria “não se alinham com os princípios de respeito à soberania e à autonomia diplomática”.
“Atos que questionam a autonomia das representações diplomáticas estrangeiras em nosso país podem afetar negativamente as relações bilaterais, fundamentais para o desenvolvimento e cooperação entre as nações”, complementa a frente.
Reportagem do jornal The New York Times mostrou que o ex-presidente permaneceu dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília. Quatro dias antes, a PF havia apreendido o passaporte de Bolsonaro, no âmbito de uma investigação que apura uma trama golpista liderada pelo ex-presidente para mantê-lo no poder apesar da derrota eleitoral para Lula (PT).
Bolsonaro argumenta que frequenta embaixadas pelo país, conversa com embaixadores e mantém relações com chefes de Estado.
Danielle Brant/Folhapress
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