Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil
A deputada Gleisi Hoffmann 10 de dezembro de 2023 | 07:42
Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) tem usado suas redes sociais para criticar e responder a reportagens e editoriais de jornais que considera negativos para o governo Lula 3 e seus aliados, ou que vão de encontro a teses econômicas e políticas defendidas pelo partido.
Em novembro, ela intensificou o ritmo dessa prática, com 13 postagens criticando a imprensa, quase uma a cada dois dias. Em comparação, foram 24 entre maio e outubro, ou uma por semana, em média.
A conduta tem incomodado membros do PT, que acham que Gleisi deveria se resguardar mais nas redes sociais pela posição institucional que ocupa.
O Painel analisou postagens feitas no X (ex-Twitter) desde abril. Em todos os meses, exceto julho, houve críticas à imprensa, em especial aos três maiores jornais do país: Folha, O Globo e O Estado de S. Paulo.
A deputada já dedicou caracteres para rebater editorial da Folha contra aumento de despesas públicas e do Globo sobre a tentativa do governo e do PT de politizar o apagão no país.
Também mencionou uma reportagem do Globo sobre as viagens do presidente Lula (PT) ao exterior e uma da Folha sobre gastos no cartão corporativo.
A partir da deflagração da guerra entre Israel e o Hamas, a deputada passou também a criticar textos e editoriais que tratavam do tema, geralmente os que têm viés contrário ao grupo palestino.
Em novembro, o Estadão se tornou um dos principais alvos da presidente do PT após o jornal publicar reportagem sobre a visita da mulher de um líder do Comando Vermelho no Amazonas ao Ministério da Justiça.
Gleisi dedicou 6 posts ao tema, de um total de 13 —também fez críticas à forma como a imprensa tratava o conflito em Gaza e sobre a meta fiscal.
Em uma das postagens, usou a rede social para engrossar os ataques à jornalista Andreza Matais, do Estadão. Em outra, rebateu reportagens de Estadão e Folha que falavam da ofensiva e disse não ter atacado ninguém.
Procurada pelo Painel via assessoria do PT, Gleisi não quis se manifestar.
Fábio Zanini/Folhapress