O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou, em nota divulgada nesta quinta-feira, que está monitorando de perto o plano de reestruturação apresentado pela companhia aérea Gol, em colaboração com Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a própria empresa, visando garantir a continuidade dos serviços prestados à população. A companhia aérea anunciou nesta quinta-feira, 25, que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A dívida é estimada em R$ 20 bilhões. Em seu comunicado, a pasta criticou a gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL), por não adotar medidas de emergência para socorrer o setor aéreo durante a pandemia da Covid-19. “A pandemia impactou fortemente o setor aéreo em todo o mundo, o que exigiu a adoção de medidas de apoio de governos de diversos países para atenuar o prejuízo causado às empresas aéreas. Infelizmente, no Brasil, estas medidas não foram adotadas na gestão anterior, mesmo com a existência de recursos no Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).”
A Gol contratou, no final do ano passado, a consultoria Seabury Capital visando renegociar a dívida financeira com arrendadores de aeronaves. Porém, apesar dos bons números, operacionais, não conseguiria honrar os compromissos. Cerca de R$ 3 bilhões da dívida total da empresa vencem a curto prazo. “Não há previsão de diminuição das operações que a Gol tem hoje. O processo é justamente para proteger a companhia de qualquer ação que possa ser tomada pelos arrendadores de aeronaves, que a gente já vinha negociando com eles. Ele dá os tempo e as condições para que essa negociação seja feita”, disse Celso Ferrer, presidente da companhia. A empresa fez um pedido ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos de entrada no Chapter 11, processo utilizado pelas empresas para reestruturar as finanças e fortalecer operações comerciais no longo prazo, enquanto continuam a operar normalmente. O compromisso inicial de financiamento é de US$ 950 milhões (A Gol afirma que “seguirá oferecendo serviços de viagens aéreas seguras, confiáveis e a baixo custo, proporcionando a melhor experiência aos clientes, que poderão organizar suas viagens da forma que sempre fizeram.”