São Paulo – A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo prepara um protocolo de atendimento para enfrentar o chamado golpe do amor. Desde o início do ano, mais de 50 sequestradores que adotaram esse método para extorquir as vítimas foram presos.
Um dos pontos envolve os bancos, para a ativação da localização durante a transferência via Pix. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirma que 70% dos sequestros que utilizam o Pix como método de extorsão começam nos aplicativos de relacionamento.
“Estamos diante de uma modalidade criminosa nova. Isso está no radar e é prioridade. Por isso, fizemos várias tratativas com instituições bancárias, das quais derivou nosso novo protocolo”, afirma Derrite.
Segundo a SSP, outros detalhes do protocolo não serão divulgados para “preservar o método de trabalho e inteligência policial”.
As polícias trabalharão integradas, com trocas de informações, para fazer frente aos sequestros que começam nos aplicativos de relacionamento. Segundo a pasta, o modelo já apresenta resultados em testes de seu projeto-piloto.
Perfil das vítimasA maioria das quadrilhas especializadas nesse tipo de crime tem se utilizado da estratégia de combinar o encontro em local público e, depois, apresentar uma desculpa para que a vítima desvie o caminho.
As principais vítimas do golpe em São Paulo são homens de classe média ou alta, entre 40 e 50 anos. Em grande parte, divorciados. Em alguns casos, são atraídos homens casados.
Nesta semana, seis pessoas foram presas após sequestrarem um corretor de imóveis. Ele marcou encontro com uma mulher por um aplicativo de namoro. O homem foi mantido em cativeiro por cerca de 20 horas, na zona norte de São Paulo. Quando mantido refém, o grupo acionou a mulher da vítima e pediu dinheiro de resgate.
De acordo com dados da Polícia Civil, dos 18 casos de sequestros do golpe do amor ocorridos neste ano, 14 deles foram esclarecidos.