Parlamentares aliados à base governista na Câmara dos Deputados que assinaram o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva correm risco de perder indicações a cargos regionais, ter um menor repasse de emendas parlamentares e sofrer com falta de atendimento nos ministérios. Esta é a reação do governo que pode afetar 49 deputados de partidos como PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB, legendas que têm ministérios ou fizeram indicações à Esplanada dos Ministérios, e também garantiram indicações em estatais e autarquias.
A deputada Carla Zambelli (PL) é a autora do pedido de impeachment e tem como justificativa a declaração do presidente Lula sobre os ataques de Israel na Faixa de Gaza. O requerimento conta com 139 assinaturas e mais cinco adesões após ter sido protocolado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, afirmou por meio do X (antigo Twitter) que “formou-se um consenso entre nós de que é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment” e que isso “não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências”.
O União Brasil é o partido com maior número de assinaturas, com 17 parlamentares dos seus 59. O PP é o segundo do ranking, com 14 parlamentares dos seus 50. O União tem representações nos ministérios das Comunicações, com Juscelino Filho, e no Turismo, com Celso Sabino, além de ter indicado mais um ministro, Waldez Góes, para Integração Regional. O PP conta com André Fufuca no ministério do Esporte e também com indicações para a presidência e outras vice-presidências da Caixa. O Republicanos, que tem oito adesões ao pedido de impeachment, tem o ministro Silvio Costa Filho na pasta de Portos e Aeroportos. PSD e MDB contam com cinco deputados em cada sigla que assinaram o pedido de impeachment, mesmo com a indicação do PSD aos ministérios da Agricultura (Carlos Fávaro), Minas e Energia (Alexandre Silveira) e Pesca (André de Paula), e do MDB aos ministério do Planejamento (Tebet), Cidades (Jader Filho) e Transporte (Renan Filho).
Formou-se um consenso entre nós de que é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment. (+)
— José Guimarães (@guimaraes13PT) February 27, 2024