O governo federal barrou a indicação de dois indicados para superintendências estaduais da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O motivo é que teriam sido identificados como bolsonaristas.
O órgão está até agora sem superintendentes estaduais. Os 27 nomes aguardam aprovação da Casa Civil, que é responsável pela checagem do currículo dos nomeados pelo governo e de suas eventuais afiliações político-partidárias.
Edjailson Tavares, indicado para o cargo de superintendente estadual em Pernambuco, foi um dos barrados pela Casa Civil.
Ele concorreu a deputado estadual em 2022 e tem diversas postagens em suas redes sociais demonstrando apoio a Jair Bolsonaro, especialmente entre 2018 e 2019.
Procurado, Tavares não respondeu.
Em São Paulo, foi barrada a indicação de Luciano da Silva Fernandes para a chefia estadual por motivo semelhante, segundo fontes próximas da negociação.
A coluna não encontrou nenhuma declaração pública de apoio a Jair Bolsonaro ou outros políticos em seu perfil. Procurado, ele também não retornou.
Integrantes da PRF relatam que há uma certa dificuldade em encontrar nomes que passem pela triagem ideológica da Casa Civil, já que a maioria da categoria votou em Jair Bolsonaro.
O governo trata a corporação com cuidado para não passar a imagem de que quer promover uma “desbolsonarização”. Nos cargos de chefia, porém, o governo Lula quer nomes de confiança, especialmente depois dos bloqueios promovidos pela PRF no dia do segundo turno das eleições de 2022.
“As indicações para as superintendências estão todas com a Casa Civil, aguardando a nomeação”, disse a assessoria da PRF após ser questionada pela coluna. “Estamos aguardando a publicação no Diário Oficial da União.”