O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com os ministros da Justiça e Defesa, Flávio Dino e José Múcio Monteiro, e com os três comandantes das Forças Armadas nesta quarta-feira, 25, para definir o plano de ação para reforçar a segurança pública do Rio de Janeiro, após os ataques feitos por milicianos nesta segunda-feira, 23. A ideia é de que militares do exército, marinha e aeronáutica atuem em portos e aeroportos no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. Em sua live semanal, o presidente descartou a possibilidade de uma intervenção federal, como a que foi feita em 2017, e afirmou que conversou com o governador Cláudio Castro (PL), para saber quais medidas o governo federal poderia tomar: “Não queremos lavar as mãos. Vamos ver como podemos entrar e participar. Não queremos pirotecnia. Não queremos intervenção no Rio, que não ajudou em nada. Não queremos tirar autoridade do governador ou do prefeito. Queremos compartilhar uma saída”.
O problema da violência no Rio de Janeiro termina sendo um problema do Brasil. As fortes chuvas no Sul e as queimadas na Amazônia são problemas do Brasil. Esse governo não vai se esconder e dizer que é só problema dos estados. Eu já conversei com o Flávio Dino e hoje vou…
— Lula (@LulaOficial) October 24, 2023
O presidente também cogita a recriação do Ministério da Segurança Pública no intuito de se articular melhor com os governadores: “Estou pensando como a pasta vai interagir com os Estados porque o problema da segurança é estadual e queremos compartilhar a solução”. “Não é possível que o povo do Rio tenha que sofrer tanto com os marginais. O governo federal estará presente ajudando a combater o crime organizado para que o povo do Rio volte a ter tranquilidade, o direito de ir e vir sem ser importunado com bala perdida e ônibus queimado”, relatou Lula, que também culpou a recente flexibilização do porte e compra de armas pelo fortalecimento do crime organizado.
Crise na segurança pública do Rio
As linhas de transporte público do Rio de Janeiro iniciaram as operações na manhã desta terça-feira com restrições em razão dos ataques ocorridos na zona oeste da capital fluminense na segunda-feira, 23, quando 35 veículos foram queimados, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros dez de turismo e fretamento. Como o site da Jovem Pan mostrou, a cidade registrou um recorde no número de ônibus incendiados em um único dia. Os ataques foram uma retaliação de um grupo criminoso que opera na Zona Oeste. Isto porque, mais cedo, a Polícia Civil havia matado Matheus da Silva Rezende, conhecido por ser o número 2 da principal milícia da cidade e sobrinho do miliciano Zinho.
Em coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro (PL) anunciou que prendeu 12 pessoas por colocarem fogo nos veículos. De acordo com o chefe do Executivo estadual, o grupo responderá por “atos terroristas” e será transferido para presídios federais. Além disso, o mandatário afirmou que não medirá esforços para deter Zinho e outros dois grandes milicianos conhecidos como Abelha e Tandera.