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Há 50 anos ‘O gato preto cruzou a estrada’. E você, passou por debaixo da escada?

Nos anos 1970, mas precisamente em 1973 as rádios tocaram exaustivamente uma música chamada O Vira  interpretada por um grupo de homens bastante maquiados e um vocalista de voz marcante. Esse grupo chamava-se Secos & Molhados e o cantor era Ney Matogrosso. Os outros integrantes eram João Ricardo e Gerson Conrad. A letra começava assim:

“O gato preto cruzou a estrada
Passou por debaixo da escada
E lá no fundo azul
Na noite da floresta
A lua iluminou
A dança, a roda, a festa…

Vira! Vira! Vira!
Vira! Vira!
Vira Homem
Vira! Vira!
Vira! Vira!
Lobisomem”

Foi um misto de surpresa e escândalo para uma sociedade conservadora, aquele grupo totalmente andrógino – nomenclatura que era usada na época –  um cantor de “voz diferente” e rebolando mais que uma vedete. O sucesso foi total. O disco lançado pela gravadora Continental foi um dos mais vendidos e o grupo foi catapultado ao time de grandes vendedores, além de encher casas de shows e estádios.

O disco era tão bom e continua moderno até hoje mesmo passados 50 anos. O trabalho continha outros sucessos como Sangue Latino, Fala, Rosa de Hiroshima, Mulher Barriguda, entre outras. O escândalo já começava pela capa na qual aparecem João Ricardo, Ney Matogrosso, Gerson Conrad e Marcelo Frias.

“Eles têm as cabeças entregues de bandeja, servidas como pratos principais do banquete tropicalista, já com a maquiagem que caracterizaria a imagem visual do grupo. Frias, então no posto de baterista e percussionista, rejeitou a mise-en-scène e decidiu pular fora da formação oficial da banda” e decidiu pular fora da formação oficial da banda, perdendo a chance de entrar para a história da música brasileira”, descreveu recentemente o jornalista Mauro Ferreira eu seu Blog no Jornal O Globo.

 

O disco foi lançado em agosto de 1973 com uma festa  no Teatro Aquarius em São Paulo. Vendeu mais de 300 mil cópias nos primeiros 60 dias. O álbum também foi lançado em Portugal, México e Argentina.  O grupo gravou uma versão em espanhol de Sangue Latino chamada “Sangre Latina”. Em menos de um ano, as vendas do disco chegaram a marca de 1 milhão de cópias. E depois de uma aparição no Fantástico da Rede Globo aí que como se diz na gíria o bicho pegou.

Inicialmente acreditava-se que o grupo iria durar muito tempo. Mas, a partir do segundo disco os problemas começaram a aparecer, brigas internas envolvendo dinheiro e aos poucos o clima foi ficando insustentável a ponto de o final ter acontecido um ano depois. João Ricardo ainda tentou reviver o grupo, mas não deu certo. Gerson Conrad chegou a gravar um disco com Zezé Motta que também não aconteceu.

Enquanto Ney Matogrosso começou uma carreira-solo, que foi crescendo com o passar dos anos, depois – por um tempo – passou a se apresentar de cara limpa sem maquiagem e hoje tornou-se um dos principais interpretes da Música Popular Brasileira. Até hoje, aos 82 anos, continua firme e forte. No início do ano se apresentou em Salvador na volta do Festival de Verão dividindo o palco com Criolo. Foi um sucesso. 

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