InícioEditorialPolítica NacionalHaddad afirma que Petrobras pode baixar preços para compensar reoneração de combustíveis

Haddad afirma que Petrobras pode baixar preços para compensar reoneração de combustíveis

Ministério da Fazenda anunciou nesta segunda a volta da tributação dos combustíveis

Reprodução/Jovem Pan News

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad fala sobre baixar preços para compensar reoneração de combustíveis

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta segunda-feira, 27, que a Petrobras pode reduzir os valores de combustíveis, dentro da política de preços da estatal, para compensar a reoneração da gasolina e do etanol. “A atual política de preços da Petrobras tem um colchão que permite aumentar ou diminuir o preço dos combustíveis e ele pode ser utilizado”, disse após ser questionado por jornalistas se teria alguma medida, por parte da empresa, para evitar que o preço aumente para o consumidor. Mais cedo, a pasta anunciou a volta da tributação dos combustíveis, mas com uma carga maior sobre a gasolina em relação ao etanol. A modelagem da cobrança, com porcentual definido sobre cada item ainda não foi informada, mas o ministério garantiu que não haverá perda de arrecadação e os R$ 28,9 bilhões de aumento de receitas estão garantidos. O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, embarcou para o Rio de Janeiro para participar de reunião com a diretoria da Petrobras para tratar do preço dos combustíveis. Responsável pela equipe econômica, o ministro Fernando Haddad deve detalhar a decisão nesta terça-feira, 28. Uma das ideias discutidas pelo Palácio do Planalto, neste momento, é editar uma nova medida provisória (MP) com as regras sobre as cobranças.

O governo de Jair Bolsonaro zerou as alíquotas da Cide e do PIS sobre os combustíveis até dezembro do ano passado. No início do governo, Lula decidiu prorrogar a isenção dos tributos federais sobre a gasolina e o etanol, impondo a primeira derrota de Haddad. Aliados do presidente da República vinham defendendo a prorrogação, válida até a terça-feira, 28, para evitar um repique na inflação e uma eventual perda de popularidade do chefe do Executivo federal. Na prática, portanto, a decisão de reonerar os impostos representa uma vitória de Haddad, que vinha enfrentando um processo de “fritura” pela ala política do governo. O titular da Fazenda é um defensor da reoneração alegando questões fiscais, ambientais e jurídicas, mas a ala política do governo vinha defendendo a prorrogação da desoneração. Na sexta-feira, 24, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu, em seu perfil no Twitter, que taxar os combustíveis seria “descumprir compromisso de campanha”. “Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”, diz um trecho da publicação da petista.

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