Convidado a discursar em evento organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fernando Haddad deixou claro que aceitou o convite apenas para falar na qualidade de representante do presidente eleito Lula. O petista tentou afastar os rumores de que já teria sido escolhido para comandar o ministério da Fazenda.
Mas na condição de representante, Haddad falou como ministro. Em entrevista à Globonews, o ex-ministro da Educação e candidato derrotado ao governo de São Paulo elencou as prioridades econômicas do próximo governo: melhorar a qualidade do gasto do Estado e fazer a reforma tributária.
“Nossa agenda é a de arrumar o orçamento público, ordenar programas que foram desmontados no último governo e investir mais no futuro”, disse Haddad ao canal.
Ele afirmou que houve uma perda de qualidade do gasto público, e que esse é um diagnóstico que não vem do bojo petista, e sim de economistas liberais. Para exemplificar a crítica, Haddad citou a distribuição de recursos pelo Auxílio Brasil.
“O Bolsa Família distribuía 0,5% do PIB e foi capaz de erradicar a fome. O Auxílio Brasil gasta 1,6% do PIB e não conseguiu resolver essa questão, porque é um gasto mal empenhado, com irregularidades. Perdemos a capacidade de gerir bem os recursos públicos”, afirmou o ministeriável.
Sobre a sua possível nomeação para o ministério da Fazenda, Haddad disse que a decisão não foi tomada. “Quem compõe o ministério é o presidente Lula, e ele o fará no tempo em que achar adequado”, despistou ele.
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