InícioEditorialPolítica NacionalHaddad vai revogar desoneração da folha com MP ainda em dezembro

Haddad vai revogar desoneração da folha com MP ainda em dezembro

Governo vai baixar medida que anula decisão do Congresso e vai propor outro sistema para empresas de 17 setores da economia e para cidades com até 156,2 mil habitantes, mas não detalhou como será

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a jornalistas nesta 5ª feira (28.dez.2023) Sérgio Lima/Poder360 – 28.dez.2023

PODER360 28.dez.2023 (quinta-feira) – 17h35

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu nesta 5ª feira (28.dez.2023) revogar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até 2027 por meio de uma MP (medida provisória). A proposta também vai rever a redução de alíquota previdenciária de 20% para 8% sobre o salário do funcionalismo para cidades com até 156.216 habitantes.

As ações haviam sido aprovadas pelo Legislativo. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), promulgou nesta 5ª feira (28.dez) a lei que concede os benefícios.

Fernando Haddad pretende discutir os benefícios para o setor privado e para os municípios separadamente. O Poder360 apurou que a Fazenda pretende dialogar com as prefeituras para buscar uma “solução alternativa”.

A mudança chancelada pelo ministro por meio desta MP se concentrará no setor privado. Haverá uma redução da cota patronal sobre a folha de pagamento. Com isso, a alíquota passará a ser entre 10% e 15% (atualmente é 20%) sobre até 1 salário mínimo e beneficiará empresas que estejam inseridas em uma das 42 atividades econômicas contempladas na MP a ser publicada.

A informação sobre a revogação da lei por meio dos efeitos da medida provisória foi confirmada ao Poder360 pelo Ministério da Fazenda. Eis a nota:

“A Receita Federal esclarece que a MP provisória revogará a Lei, ressaltando que o ministro enfatizou que a questão referente aos municípios será tratada em separado.”

O texto da medida está na Casa Civil para publicação ainda em dezembro, de acordo com o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.

Por ter força de lei, seus efeitos são imediatos. Pelo curto prazo, as empresas e prefeituras, no entanto, só devem sentir as mudanças a partir de janeiro.

Pela manhã, ao justificar a MP, o ministro declarou que foi “muito pouco procurado pelos 17 setores” para discutir a desoneração e disse que os efeitos esperados, como a preservação de empregos, não se concretizaram.

“O emprego desses 17 setores caiu. Essa medida foi tomada em 2011 para ser temporária. […] Sempre que você favorece um setor que não traz benefício social, você prejudica toda a sociedade”, disse em entrevista a jornalistas.

Houve questionamentos a Haddad sobre o valor global da arrecadação esperada no próximo ano, mas o ministro se limitou a dizer que as medidas “só repõem perdas” com renúncia fiscal.

A intenção é aumentar a arrecadação e compensar gastos. O governo precisa de ao menos R$ 168,5 bilhões em receitas extras para cumprir a meta de zerar o deficit primário em 2024.

Com desoneração, no entanto, o rombo no Orçamento pode atingir R$ 187,5 bilhões.

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HADDAD PROCURA CONGRESSO Haddad conversou com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco, antes de anunciar a medida provisória. O Poder360 apurou que os 2 líderes disseram ao ministro que seria imprudente instituir uma regra para fazer valer imediatamente uma mudança no sistema de oneração da folha.

O Poder360 também apurou o sentimento entre os congressistas é que dificilmente um novo sistema que mude tudo já em janeiro será aprovado no Congresso.

EFEITOS DA DESONERAÇÃO Da forma como o Congresso aprovou, a prorrogação da desoneração valeria a partir de 1º de janeiro de 2024. O impacto estimado da prorrogação seria de pelo menos R$ 18,4 bilhões em 2024. Do valor total da renúncia fiscal, R$ 9,4 bilhões são para as empresas privadas de 17 setores e R$ 9 bilhões são para os municípios contemplados.

Com a decisão do governo Lula de revogar a lei, empresas e prefeituras terão uma despesa imediata.

A desoneração permite às empresas dos setores beneficiados pagar alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários. A medida abrange setores como calçados, call center, construção civil, comunicações, confecção e vestuário, entre outros.

Em 14 de dezembro, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à desoneração da folha de pagamento. Com a medida, o benefício para 17 setores da economia, que deixaria de valer em 31 de dezembro, havia sido prorrogado até 2027.

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