O herpes-zoster ficou bastante conhecido na mídia depois do diagnóstico de Justin Bieber, anunciado em setembro de 2022, chamando atenção de fãs e curiosos. Muitos se perguntaram o que é a doença e se tem alguma ligação com o herpes comum.
E, apesar do nome, o herpes-zoster não tem nada a ver com a comum, pois acontecem a partir de vírus diferentes. Na verdade, o herpes-zoster é causada por um vírus conhecido por ocasionar outra doença, muito comum principalmente na infância: a catapora (também conhecida como catapora).
Leia mais:
- Qual a diferença entre herpes zoster e herpes simples?
- É varíola ou varicela? Saiba como diferenciar
- Seis fatos sobre herpes zoster, doença que afeta Justin Bieber
Para você saber mais sobre o que é o herpes-zoster, se tem como se prevenir e qual o seu tratamento, preparamos uma matéria esclarecendo essas e outras dúvidas a respeito da doença. Confira abaixo!
O que é o herpes-zoster?
A condição é causada pelo mesmo vírus que provoca a catapora na infância, podendo resultar no que é conhecido popularmente como “cobreiro”, em qualquer etapa da vida das pessoas. O vírus Varicela-zoster pode permanecer latente no organismo por períodos longos, reativando mais tarde e trazendo novas lesões em forma de pequenas bolhas muito dolorosas pelo corpo.
Dessa forma, a doença costuma aparecer em pessoas que já tiveram catapora, já que o vírus pode se manter “adormecido” nos nervos por anos. Quando o sistema imunológico está baixo ou em falha, o microrganismo pode se multiplicar novamente, ocasionando o herpes-zoster.
Sintomas e complicações
Os primeiros sintomas podem ser a sensação de formigamento e dor no local onde vão aparecer as lesões. Em alguns casos, pode haver febre baixa no primeiro dia, e depois começa a aparecer vermelhidão no local, para então eclodir as bolinhas com água, que são vesículas que contém o vírus.
Pode haver também fisgadas e sensação de dor aguda, proporcional a de um choque. O Ministério da Saúde diz que a doença aparece de forma gradual, e pode levar de dois a quatro dias para se estabelecer. Quando não há infecção secundária, as vesículas se dissecam, formando crostas, com evolução do quadro para a cura em duas a quatro semanas.
Apesar da condição costumar ser passageira em pessoas saudáveis, existe a possibilidade de surgirem complicações. Uma delas é a dor relacionada ao herpes-zoster, que pode continuar por um período mais longo, sendo essa uma conhecida como neuralgia pós-herpética.
Além disso, um estudo norte-americano de 2022 promovido pelo JAHA (Journal of the American Heart Disease) mostrou que, quem já teve herpes-zoster, apresenta risco 30% maior de sofrer com doenças cardiovasculares.
Outro detalhe é que o vírus pode ser transmitido pelo contato com pessoas que nunca tiveram catapora. Com isso, o infectado não vai desenvolver herpes-zoster e sim a catapora, por ser o primeiro contato com a Varicela-zoster.
Causas e grupo de risco
A principal causa da reativação do vírus é a baixa imunidade, que causa a doença. Veja abaixo quais situações podem causar o quadro da condição:
- Idade acima de 50 anos;
- Doenças crônicas;
- Infecções;
- Ansiedade;
- Estresse;
- Depressão;
- Tumor;
- Pessoas que convivem com HIV, que realizaram transplantes ou que fazem uso de medicamentos imunossupressores;
- Quimioterapia e radioterapia;
- Maus hábitos alimentares;
- Certos medicamentos, como corticoides.
Prevenção e tratamento
A imunização contra o vírus Varicela-zoster é a melhor prevenção contra a doença, e no Brasil, há duas vacinas disponíveis: a Zostavaz e a Shingrix. A primeira é aplicada no país desde 2014 e é a mais conhecida, sendo de dose única e voltada para pessoas acima de 50 anos de idade. Porém, não está disponível no SUS.
Já a segunda chegou ao Brasil em 2022, e conta com duas doses, apresentando eficácia de aproximadamente 90%. É aplicada em pessoas acima de 50 anos ou adultos de qualquer idade com imunossupressão, e também está disponível apenas na rede privada.
Já a vacina da catapora deve ser recebida por todos os brasileiros na infância. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, a vacina varicela é recomendada a bebês a partir de 12 meses e a pessoas de qualquer idade que não tiveram catapora.
Quanto ao tratamento, pode ser feito com medicamentos antivirais que também são usados para tratar outros tipos de herpes, como o labial e o vaginal. De forma geral, são usados para amenizar o quadro de disseminação viral e o risco de complicações.
Qual a diferença entre o herpes-zoster e a catapora?
A principal diferença entre a catapora e o herpes-zoster são as lesões que aparecem na pele.
Enquanto a catapora apresenta lesões polifórmicas – ou seja, de diferentes formas – e que aparecem em todo o corpo, o herpeszoster se mostra com lesões vesiculares, pequenas bolhas que surgem em uma parte específica do corpo, correspondente a um nervo.
Por que os casos de Herpes zoster vem crescendo no Brasil?
O aumento dos casos da doença no Brasil pode estar relacionado a diversos fatores, que incluem:
- O sistema imunológico da população que foi debilitada durante a pandemia de COVID-19;
- O envelhecimento da população, que causa um declínio natural da imunidade;
- A baixa imunidade causada por doenças crônicas;
- O estresse e a ansiedade, que também podem afetar de forma negativa o sistema.
Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do Ministério da Saúde, via DataSUS, o número de internações hospitalares causadas pelo herpes´-zoster aumentou em 10,6% em 2023, quando comparado com o ano anterior, sendo 2.600 casos registrados.
O herpes-zoster pode causar complicações graves, mas não é necessariamente pior do que a catapora. As doenças são diferentes, já que a catapora afeta todo o corpo com lesões de diferentes formas, e o herpes-zoster afeta uma parte específica do corpo.
O post Herpes-zoster: o que é e como ele se relaciona com a catapora? apareceu primeiro em Olhar Digital.