O crime de feminicídio ocorrido em São João do Jaguaribe, município do Vale do Jaguaribe, no Ceará, na manhã dessa quarta-feira (18) foi presenciado pela própria filha da vítima e do agressor, de apenas cinco anos. Conforme o auto de prisão em flagrante, o crime foi motivado porque o homem “não gostou de saber” que a vítima estava se relacionando com outra pessoa.
O suspeito foi preso, ainda em estado de flagrante, no próprio município de São João do Jaguaribe, horas após o crime. Conforme a ocorrência, após ter matado a ex-companheira, o homem furtou uma moto e foi até a casa do pai, onde se alimentou. Em seguida, entrou em uma região de mata.
Policiais militares passaram a fazer campana até que receberam a informação de que ele havia voltado para casa. Chegando à residência, eles localizaram-no debaixo de uma cama. Questionado pelos PMs, o suspeito confessou o crime. Com ele, ainda foi encontrado o celular da vítima, que o homem havia pegado para “ver com quem ela estava conversando”.
Em depoimento à Polícia Civil, ele confessou o crime, mas disse não ter tido a intenção de matar. O crime foi praticado com duas pedradas, que atingiram a cabeça da vítima. O homem havia marcado um encontro com a vítima e sua filha, em um local distante da residência dela, na localidade de sítio Pacheco, Zona Rural do Município.
Audiência de custódia converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Ao aplicar a medida, o juiz Erick José Pinheiro Pimenta comentou sobre o caráter torpe do crime.
“Ora, não caberia ao custodiado, em hipótese alguma, querer limitar ou determinar com quem a vítima pudesse se realizar, eis que todas as pessoas são dotadas de livre arbítrio e autonomia de suas vontades, devendo-se sempre coibir qualquer conduta que busque colocar as mulheres em situação de vulnerabilidade”.
O magistrado ainda discorreu sobre a situação da criança que presenciou o feminicídio. “Indubitavelmente, (o crime) gerará reflexos psíquicos imensuráveis, demonstrando, nitidamente, a gravidade concreta dessa prática delitiva”.
O POVO opta por não divulgar o nome da vítima e do suspeito para não permitir a identificação da criança.