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ILHÉUS | Homem que foi flagrado em vídeo agredindo mulher está foragido da Justiça, diz delegado

O homem que foi flagrado em vídeo agredindo uma mulher com vários socos no rosto, em Ilhéus, sul da Bahia, é considerado foragido da Justiça, informou nesta sexta-feira (16) o delegado Evy Paternostro, que está à frente das investigações.

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“A polícia já está informando à 2ª Vara Criminal que ele é, oficialmente, um foragido da Justiça”, destacou o delegado.

Segundo a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Ilhéus, Carlos Samuel Freitas tem um longo histórico de agressão a ex-namoradas e mulheres da própria família, resultando em ao menos 11 boletins de ocorrência.

Sobre os casos de agressão contra ele, a promotora de Justiça da Bahia, Sara Gama, disse que o órgão não recebeu os inquéritos de oito dos casos registrados. Sara coordena o Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e População LGBT (Gedem) do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Em entrevista nesta sexta-feira, a promotora disse que apenas dois inquéritos foram encaminhados e que o Ministério Público tomou conhecimento dos outros casos por meio da imprensa.

Carlos Samuel se apresentou com o advogado à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Ilhéus, na quinta-feira (15), mas foi liberado após quatro horas de depoimento. Apesar da liberação, a polícia solicitou à Justiça a prisão preventiva dele, assim como o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

“Efetuamos vigilância durante a noite, ele não foi localizado. Hoje [sexta] pela manhã a Polícia Civil esteve no endereço da residência dele, endereço este que ele declara no interrogatório como sua moradia, confirmado em diligência. Hoje, no local, contudo, ficou claro que desde a veiculação do vídeo ele não mais retornou para o endereço. A polícia chegou a conversar com os proprietários do imóvel, que é alugado [por Carlos], e com alguns vizinhos, que preferiram não se identificar, mas disseram que eram comuns as agressões do autor contra a vítima no ambiente em que residiam”, explica o delegado.

Além da prisão, a Justiça concedeu medida protetiva para a vítima que aparece no vídeo sendo agredida por Carlos. Três equipes da Polícia Civil estão em diligências desde as 20h de quinta-feira.

“A polícia diligenciou também no imóvel de alguns familiares dele aqui, na cidade de Ilhéus. Nessas diligências, desde ontem [quinta] não há movimentação, nem presença de ninguém”, revelou Paternostro.

O delegado ainda falou sobre o depoimento da mulher que foi atacada com diversos socos por Carlos Samuel, homem com quem ela conviveu na mesma casa por seis meses. Ela foi ouvida na quinta-feira, na delegacia da cidade onde mora, em Uruçuca, a cerca de 42 km de Ilhéus.

“Ela alega que depois de ter sido agredida, ele, posteriormente, a procurou e ela aceitou o pedido de desculpas e arrependimento. Ela voltou a conviver com ele de junho a setembro, mas em setembro ele praticou nova conduta agressiva, desferindo um tapa no rosto dela, empurrando e proferindo ameaças. Ela também não registrou ocorrência sobre esse fato pois disse que não queria expor essa relação e que tinha receio de registrar essas ocorrências por causa da agressividade de Samuel”, relatou.

A Polícia Civil segue em diligências para tentar cumprir o mandado contra Carlos Samuel.

MP-BA

De acordo com o MP, a notícia do fato foi encaminhada na manhã de quinta-feira ao órgão, que solicitou de imediato a documentação à autoridade policial para a adoção das medidas cabíveis.

Segundo o órgão, o pedido da prisão se fundamentou “na necessidade de resguardar a ordem pública, considerando-se a gravidade da conduta concreta (exacerbada violência empregada) e a condição reincidente do autor do fato”.

O órgão informou que Carlos Samuel já foi denunciado em 2015 pelo Ministério Público por crimes de violência doméstica, ameaça e cárcere privado cometidos contra outra mulher. Ele foi condenado pela Justiça em primeira instância.

Ainda de acordo com o MP, após recurso impetrado pela defesa de Carlos Samuel, a condenação quanto ao crime de cárcere privado foi mantida, em agosto, pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que reconheceu a prescrição referente aos crimes de violência doméstica e ameaça.

O que diz a Polícia Civil sobre os inquéritos
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que das ocorrências envolvendo Carlos Samuel, três são de violência doméstica. Os registros foram feitos na Deam de Ilhéus, com inquéritos já remetidos à Justiça.

Outros procedimentos estão em curso na unidade, entre eles o inquérito sobre a agressão registrada em vídeo. Há ainda um registro de crime contra a honra de uma ex-namorada, um de ameaça contra uma mulher fora do contexto da Lei Mara da Penha, além da ocorrência de maus-tratos contra a mãe dele, que feito por uma vizinha em 2017. [Veja detalhes abaixo]

Nos três últimos casos, as investigações não puderam avançar, pois as vítimas se recusaram a comparecer para dar mais informações sobre a violência sofrida.

Além dos casos registrados na Deam/Ilhéus, também há duas ocorrências de ameaça a uma adolescente fora do contexto da Lei Maria da Penha e um registro de ameaça e difamação contra um jovem do sexo masculino, em outras unidades da Polícia Civil.

Acerca do inquérito que trata das agressões registradas em vídeo, o suspeito foi ouvido e liberado, considerando que o fato ocorreu no mês de junho, o que anula a possibilidade de flagrante e que, naquele momento, a autorização para prisão ainda não havia sido decretada.

Denunciado pela mãe

Carlos Samuel já foi denunciado à polícia por extorquir e ameaçar a própria mãe. Na delegacia consta que a mãe dele registrou a queixa em 2017.

Em uma dessas queixas, registrada em 2015, a informação é que ele agrediu e manteve uma companheira da época em cárcere privado. Carlos Samuel só foi condenado por violência doméstica uma vez, por um crime denunciado em 2016.

A delegacia não detalhou se a vítima desse crime é a mesma companheira do crime registrado em 2015. Ele chegou a ser condenado em um ano e quatro meses e recorreu à Justiça. A demora para o julgamento do recurso fez com que a situação prescrevesse.

Depoimento e carta

Carlos Samuel foi à unidade policial na tarde de quinta-feira. Ao delegado, Carlos contou que o caso em que foi flagrado agredindo uma mulher com vários socos, aconteceu no dia 20 de junho. Disse ainda que ele e a mulher tinham um relacionamento há seis meses e moravam juntos. O suspeito também falou que estava arrependido.

Em nota divulgada pelo agressor na quinta, antes do depoimento, ele disse que é “um jovem trabalhador” e que não tem “envolvimento com algum tipo de prática criminosa. Carlos Samuel escreveu também que está arrependido do que fez, e que vai “sofrer as reprimendas judiciais conforme se prevê a lei”.

O suspeito disse que ele e a vítima mantinham uma “relação muito conturbada, eivada de inúmeros casos de ciúme doentio, diversas agressões físicas e morais”. Ele escreveu ainda que, no dia em que deu nove socos no rosto da vítima, estava bêbado, voltando de uma festa, e que as agressões aconteceram porque ele “perdeu a cabeça”.

Agressão

O crime aconteceu no centro de Ilhéus. Um vídeo que mostra as agressões circulou nas redes sociais, na quarta-feira (14). Mesmo sabendo que estava sendo filmado, o agressor não se intimidou e continuou a bater na mulher.

As imagens gravadas por uma moradora mostram Carlos e a vítima perto de um carro, na frente de uma casa.

No vídeo, a vítima insinuou que o suspeito já teria a agredido antes, e que ela estaria com a boca machucada. Ela pediu várias vezes para que o homem deixasse o local.

“Me solte e vá embora. Você se acha que, porque você é amigo de polícia… Eu vou dar queixa de você. Aqui, minha boca está do jeito que está”, disse a mulher.
Ainda no vídeo, é possível ver que o homem fala com a mulher que estava gravando a agressão. Carlos Samuel deu a entender que a pessoa que filmava tinha dito que um homem ia descer da casa para contê-lo e grita: “Cadê o homem que você disse que vai descer? Cadê ele? Manda ele descer que eu quero ver”, disse o suspeito.

Ainda no vídeo é possível ver que a vítima pede que a testemunha não se aproxime. “Desça não, moço, ele não tem nada. É um ‘Zé Ruela’, não tem nada”, disse a mulher, que faz menção que Carlos não está armado.

Logo depois, a mulher volta a pedir que o agressor vá embora, mas não foi atendida. Ele, então, a agride com uma sequência de nove murros no rosto.

“Acabou. Desencosta de mim, pegue sua moto e vá embora. Vá embora, eu vou dar queixa de você”, pediu a vítima antes de ser agredida.

Fonte | G1 Bahia.

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