O Ministério Público Eleitoral (MPE) colocou a lupa sobre uma série de denúncias que envolvem o suposto uso de recursos milionários do governo do estado para compra de apoio político na disputa pelo Palácio de Ondina em 2022. No rol de indícios considerados suspeitos, constam artifícios adotados para burlar a lei que cria barreiras à liberação de verbas no período das eleições, especialmente através de convênios, e repasses considerados atípicos, com movimentação muito superior ao orçamento previsto no ano passado.
Na manha
Segundo apurou a Satélite, as denúncias apontam que o governo Rui Costa, após celebrar convênios com mais de 240 prefeituras em 13 de abril de 2022, cancelou os atos cerca de duas semanas antes do início oficial da sucessão. No entanto, conforme documentos encaminhados ao MPE, destinou investimentos do estado para obras semelhantes aos objetos dos convênios anulados, por meio de contratos diretos em dezenas de municípios do interior.
Pulo do gato
No material que fundamenta as denúncias, chama a atenção a diferença entre os valores destinados para a Conder, citado como celeiro da compra de apoio político pelo PT. Em 2021, o órgão executou R$ 655 milhões em obras. Em 2022, o montante total pulou para R$ 4 bilhões, cerca de seis vezes a mais, sendo que mais da metade da soma foi repassada no segundo semestre, em meio à batalha pelo governo da Bahia.
Fermento no bolo
Outro indício que reforça a utilização da máquina pública para favorecer o PT nas eleições estaduais diz respeito ao salto exponencial de recursos empenhados pelo governo para bancar convênios de um ano para o outro – de R$ 188 milhões para R$ 1,7 bilhão, considerando apenas o volume estimado no primeiro semestre de 2022.
Salto tríplice
Cardeais do PP afirmam que o comando da sigla na Bahia trabalha por um feito inédito: integrar a base do presidente Lula (PT), do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do prefeito Bruno Reis (União Brasil). Se vai conseguir, é outra história.
Rede de arrasto
Interlocutores do deputado federal eleito Capitão Alden (PL) confidenciaram ontem receio do baiano com a abertura de inquérito no Supremo contra três parlamentares bolsonaristas que também estrearão na Câmara, todos suspeitos de incentivarem os atentados extremistas em Brasília. Embora a ofensiva tenha como alvos André Fernandes (PL-CE), Sílvia Waiãpi (PL-AP) e Clarissa Tércio (PP-PE), Alden teme que a postura nas redes durante os atos possa jogá-lo no mesmo balaio.
Um por um
Lideranças de legendas que conquistaram este ano cota na Esplanada dos Ministérios garantem que o espaço não significa adesão automática das respectivas bancadas ao bloco do Planalto no Congresso. Algo que, adiantam, só ocorrerá com negociações no varejo junto aos deputados.
As pessoas perguntam se sou a favor dos jogos de azar. Não sou a favor de nada disso. Quero saber de legalizar o que já existe. O que está aí é o que não pode ficar. Jogos bancados livremente sem gerar impostos para a União Angelo Coronel, senador pelo PSD da Bahia, em entrevista à Rádio Senado sobre a proposta de liberar a jogatina no país