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Irã chega à Copa do Mundo com troca de técnico e protestos no país

Nenhuma seleção chegará ao Qatar com tantos problemas dentro e, principalmente, fora de campo quanto o Irã. Com discussões no elenco e troca de técnico, a equipe não teve a preparação ideal nos últimos meses. Mas a maior questão está no ambiente político iraniano.
A morte de Mahsa Amini, 22, espancada até a morte enquanto estava em custódia da polícia do país por não usar hijab (um véu que cobre a cabeça) da maneira apropriada, despertou protestos de mulheres iranianas. Movimento que ganhou apoio mundial e encontrou apoio em jogadores da seleção.
Antes do amistoso contra o Senegal, no último dia 27, os titulares entraram em campo usando jaquetas pretas, sinal de solidariedade com o movimento.
No domingo seguinte, o atacante Sardar Azmoun publicou em sua conta no Instagram mensagem de apoio às mulheres do seu país.
“Por causa das regras da seleção, não poderíamos dizer nada até o final do período de preparação, mas não posso aceitar mais. A maior punição é ser expulso da seleção, o que é um preço pequeno a pagar para proteger até mesmo um único fio de cabelo das mulheres iranianas. Vergonha! Vocês as matam tão facilmente. Longa vida às mulheres iranianas.”
A postagem foi apagada minutos depois. Azmoun e outros jogadores colocaram como foto do seu perfil um círculo preto para simbolizar os protestos.
O clima também não era bom em campo, com o elenco dividido quanto ao trabalho do técnico croata Dragan Skocic. A gota d’água foi uma entrevista dele para um jornal de Zagreb em que questionou a qualidade técnica dos iranianos. 
Foi demitido, recontratado seis dias depois e novamente dispensado em seguida, em sequência de eventos que confundiu até mes mo os atletas entre o final de julho e o começo de agosto deste ano.
Integrantes do time escreveram mensagens de apoio a Skocic nas redes sociais, como Azmou. Acabaram criticados pelos demais.
“Você não fala por todos nós, menino”, respondeu o capitão Ehsan Hajsafi.
A escolha para substituir o croata foi por um velho conhecido dos atletas.
“Quando sua família chama, você tem de atender”, disse o português Carlos Queiroz.
Ele levou o Irã a duas Copas do Mundo. Em ambas a equipe caiu na fase de grupos, mas na primeira, em 2014, levou a Argentina ao limite e só foi superada por um lance de genialidade de Messi nos acréscimos. Quatro anos mais tarde, na Rússia, esteve perto de derrotar Portugal, classificar-se e deixar Cristiano Ronaldo fora do mata-mata.
Mesmo com as críticas de que é um treinador conservador demais e muito focado na defesa por jornalistas que acompanham a seleção, seu retorno foi bem-visto pelo elenco. Vários nomes atuais tiveram a primeira chance na seleção graças a Queiroz, que dirigiu a Colômbia em parte das Eliminatórias sul-americanas, mas acabou demitido após sofrer goleada por 6 a 1 contra o Equador.
O Irã está no Grupo B e estreia contra a Inglaterra em 21 de novembro. Estados Unidos e País de Gales também estão na chave.
Nos amistosos contra Uruguai e Senegal, Queiroz privilegiou formação 4-1-4-1. A preocupação é que a decisão pode fazê-lo, por questões táticas, deixar no banco um entre seus dois melhores jogadores: os atacantes Sardar Azmoun, que atua pelo Bayer Leverkusen (ALE), e Maehdi Taremi, do Porto (POR).
Será a sexta participação iraniana em Mundiais. Além de buscar uma inédita classificação para as oitavas de final, a seleção terá a chance de repetir o seu resultado mais memorável na história do torneio. Em 1998, em confronto que também tinha como pano de fundo a geopolítica, derrotou os Estados Unidos por 2 a 1.
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