A Irmandade da Boa Morte afirmou que recusa ser enredo da escola de samba Unidos de Padre Miguel, no Rio de Janeiro, no próximo Carnaval. A confraria, que tem sede em Cachoeira, no recôncavo baiano, diz que não foi consultada sobre o tema.
A Irmandade da Boa Morte divulgou uma carta aberta em que diz que o vídeo divulgado pela escola de samba tratando do assunto chamou atenção por conta da “falta de preocupação, responsabilidade e até respeito” com a irmandade.
“Não sabemos como nossa história será contada se nada nos foi perguntado, e sem a devida proteção as nossas tradições não há possibilidade de consentirmos”, diz o texto.
E continua: “Assim, através da presente carta, registramos o nosso profundo agradecimento à escola de samba Unidos de Padre Miguel pela homenagem, ao tempo em que expressamos as nossas razões e decisão, orientadas pela força espiritual e ancestral que nos mantém, de não aceitação para figurarmos como tema do enredo de escola de samba no carnaval, apesar da grandiosa homenagem, em razão de sermos uma irmandade religiosa”.
A escola de samba anunciou nas redes sociais a homenagem. “Ave Maria Olorum – A Corte da Boa Morte” é o enredo que levaremos para a Marquês de Sapucaí, em 2023, em busca do nosso tão sonhado Título!!!”, dizia o post. O tema é de autoria dos carnavalescos Edson Pereira e Wagner Gonçalves, e a ideia é contar a história da festa secular que acontece em Cachoeira há mais de 200 anos.
Em nota, a Unidos do Padre Miguel afirmou que ficou “surpreendida” com a postura da Irmandade da Boa Morte, porque estaria em contato com representantes da confraria desde o início da decisão. Diz ainda que tem uma reunião programada para acontecer em Cachoeira na semana e que segue confiante “que esse mal entendido seja resolvido da melhor forma possível, com a certeza de que possamos fazer um lindo espetáculo na Marquês de Sapucaí, em 2023 com todo respeito e dedicação que a irmandade merece”.
Leia a carta da Irmandade: